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Para reviver um pouquinho do Centro visto pelos seus personagens.

06/12/2025 ºC, São Paulo

Ponto Histórico:

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A Espanha não é aqui :(

<i>por Mariana Della Barba</i>

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Salivar e viciar

<foto1>Não espere a oportunidade bater à sua porta, crie um corredor para ela entrar. Isso não é uma brincadeira em cima dessa sabedoria popular, é a descrição da atitude de Pedro Apovian. Administrador de empresas por formação, ele abriu um corredor no andar térreo do edifício de sua família, que é alugado para fins comerciais, e criou um dos maiores pontos-de-vendas de cachorro-quente do Centro da cidade – senão o maior, pelo menos o mais criativo e inusitado.

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Histórias de família - e de São Paulo

Muitos lugares no Centro histórico de São Paulo só sobrevivem graças à vontade e esforço de uma única pessoa. A Casa da Bóia é um exemplo típico disso. A loja de ferragens presente há 104 anos na rua Florêncio de Abreu somente resistiu ao tempo e à burocracia porque Mário Roberto Rizkallah tem um carinho sem tamanho pelo local, por sua história e pela memória de sua família.

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O poeta engraxate

Ele é engraxate há mais tempo que autor de livro. Mas não se pode falar que ele é engraxate há mais tempo que poeta. Afinal, o talento já nasce com a pessoa só que às vezes leva um tempo para vir à tona ou para poder ser publicado em livro. Seu Geraldo Esmeraldo tem 70 anos, desde que veio para São Paulo, há 47 anos, trabalha como engraxate no Largo São Bento e há cerca de quatro anos publicou - com dinheiro do próprio bolso - a primeira edição do seu livro de poemas. Ele já está na segunda edição.

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Vida de Madeira

Quando o artesão goiano Osvaldo Nunes de Oliveira Junior veio para São Paulo, logo descobriu que na Rua Florêncio de Abreu sempre encontraria todas as ferramentas para exercer sua arte. “Aqui é o centro nervoso dos equipamentos elétricos para marcenaria”, define ele. Por isso, há 12 anos, instalou seu ateliê na rua.

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Paz “Caelestial”

“Aqui tem uma paz...”, quebra o gelo a cantora Fortuna, após termos nos desencontrado por quase uma hora (embora estivéssemos no mesmo lugar: o Mosteiro São Bento). No café Girondino, em frente à igreja, ela me conta a gênese de seu envolvimento com os gregorianos.

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Mas será o benedito?

Aguardo meu entrevistado chegar numa salinha sóbria. Num rompante, ele adentra o recinto, falando rápida e nervosamente. Isso seria normal, não fosse meu interlocutor um monge beneditino.

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Mosteiro de São Bento

As missas do Mosteiro de São Bento são famosas pelo canto gregoriano entoado pelos monges da Ordem São Bento (OSB). O mosteiro foi fundado em julho de 1598, por Simão Luis, paulista de São Vicente, discípulo do Padre José de Anchieta e monge beneditino ordenado com o nome de Frei Mauro Teixeira.

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O Oriente aterrissa no Centro

O butanês Kunga Tenzin, 34 anos, é monge budista da Universidade Monástica Gaden Shartse, na Índia. Ele e outros monges daquela universidade estiveram no Brasil entre junho e julho para a Quarta Turnê Mundial pela Paz, dando palestras, conferências, realizando sessões de cura e fazendo demonstrações dos coros sagrados budistas. Um dos lugares em que se apresentaram foi no Mosteiro de São Bento.

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A radical busca por Deus

São quase 10h da manhã quando soa o primeiro sino da missa do Mosteiro de São Bento. Quando o relógio marcar 10h em ponto, o sino será tocado novamente. Irmão Afonso explica que é uma tradição medieval. "Naquele tempo, os monges trabalhavam longe dos mosteiros e não tinham relógio. O primeiro sino era o aviso que a missa estava para começar e eles tinham tempo de sair de onde estavam para chegar a tempo. O segundo sino marcava o início oficial."

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Tudoaomesmotempoagora

Domingo, missa das 10h do Mosteiro de São Bento, que está lotado. Os monges entoam os cantos gregorianos que dão ao ambiente um ar medieval. No meio dos fiéis silenciosos, uma voz afinadíssima que acompanha os monges chama atenção. É um rapaz magro e alto que vestia uma camisa xadrez por cima da camiseta e da calça jeans. Na hora da comunhão*, ele se encaminha para a fila, recebe a hóstia* e volta para seu lugar. Ajoelha-se e dobra seu tronco sobre suas pernas num sinal de entrega e devoção.