Vida de Madeira
Quando o artesão goiano Osvaldo Nunes de Oliveira Junior veio para São Paulo, logo descobriu que na Rua Florêncio de Abreu sempre encontraria todas as ferramentas para exercer sua arte. “Aqui é o centro nervoso dos equipamentos elétricos para marcenaria”, define ele. Por isso, há 12 anos, instalou seu ateliê na rua.

A poucos metros do ateliê, Osvaldo encontrou uma forma de colocar na "vitrine" o trabalho dele e de seu parceiro nos negócios, o pirogravurista Jair Souza. "Fazemos uma permuta com a loja De Meo, usamos as máquinas da loja e atraímos muitos clientes. Eu vendo entre 150 e 200 pirógrafos, pela De Meo, por mês", afirma.
A loja fica no número 48 da Rua Florêncio de Abreu, no calçadão bem em frente ao Mosteiro São Bento. Antes da De Meo ele fazia esse tipo de acordo com a loja de decoração Gatti - que hoje já não existe mais. Mas Osvaldo prefere o Centro. "Surgem bem mais negócios aqui, acho que a gente fica mais visível. Passa gente de todo nível socioeconômico, nossa produção desperta o interesse e temos preços para todo mundo", diz.
Uma árvore (como a da foto ao lado), com cinco nomes, custa R$ 70, com dez nomes custa R$ 150 e leva pelo menos cinco dias para ficar pronta. Só o nome pequeno é R$ 12 e pode ficar pronto em uma ou duas horas. Já as pirogravuras feitas por Jair partem dos R$ 10 e tomam só de 10 a 20 minutinhos. "Mas eu já deixo algumas prontas, com as frases ou ditados que me vem na cabeça e depois sempre alguém acaba comprando", conta Jair.
As vendas vão muito bem, segundo Osvaldo, principalmente quando o esqueleto em tamanho natural ou um de seus dinossauros de mais de um metro de altura é colocado ali. Para fazer os animais pré-históricos, Oswaldo garante que estudou tudo sobre eles e hoje diz com orgulho que no programa infantil Disney Cruj - Comitê Revolucionário Ultrajovem, do SBT, os dois dinossauros verdes do cenário são obras suas. Aliás, ele fica eloqüente quando o assunto é o sucesso de suas produções.
"Já fiz trabalho para a Coca-Cola. Foram 3.000 miniaturas de engradado com a marca entalhada. Também fiz placas com o nome da Eucatex para o lançamento do MDF texturizado, porque em breve não vai mais existir madeira vai ser tudo resina..." Esses são somente mais dois exemplos dos trabalhos os quais ele enumera sempre emendando um monte de comentários ligados ao tema principal.
Para quem se interessa pela arte na madeira, os dois artesãos também dão curso no ateliê. São sete horas de aula, distribuídas num mês, por R$ 300. Osvaldo acrescenta que as aulas são em "letra de fôrma" – expressão que ele usa para dizer, de forma fácil de entender – e não com linguagem técnica. (12/05/2002)
Serviço:
Ateliê do Oswaldo
Rua Florêncio de Abreu, 339
próximo ao metrô São Bento
Aberto das 9h às 18h, de segunda a sexta, e das 9h às 14h, aos sábados. Assim também são os horários em que pelo menos um deles está em frente à De Meo (Rua Florêncio de Abreu, 48)