Ponto Histórico:
Muito além do pas-des-deux
No palco, o balé é sempre um espetáculo. Tudo parece impecável. Música, fantasia, maquiagem, sapatilha. Coreografia perfeita, luzes, aplausos e, às vezes, até lágrimas. Mas o que está por trás de tudo isso? Como é o dia-a-dia dos que rodopiam nos palcos e encantam o público?
Adoçando o Centro
As duas principais lembranças de Lurdes Correa Terra nesses 16 anos que trabalha no Centro são completamente opostas.<foto1> Uma é engraçadíssima e faz a vendedoras de balas rir sozinha só de lembrar. Já a outra história é sobre um fato que por pouco não se tornou trágico. Quando Lurdes ainda vendia cocadas –-hoje em sua banca no Viaduto do Chá há suspiros e balas de coco-– uma "trombada" agitou a área e, segundo ela, foi o fato mais comentado da semana.
Um divã no meio do viaduto
Há cinco anos, Maria José dos Santos Ferreira passa o dia "mostrando o caminho para as pessoas". E, para isso, ela monta sua banquinha no Viaduto do Chá com um baralho cigano, búzios e uma escultura de bruxa "que traz sorte."
Viaduto do Chá
<foto1>Uma grande festa marcou a inauguração do primeiro viaduto de São Paulo, em 6 de novembro de 1892, ao meio-dia. O francês Jules Martin idealizou a obra e apresentou o projeto em 1877, porém a construção só começou no ano seguinte. De grande importância para a cidade, o Chá "aliviou" o Centro, transpondo o movimento pelo <a href="/anhangabau" target=_blank">Anhangabaú</A> . Com 240 metros de extensão, ele liga a Rua Barão de Itapetininga (antiga Rua do Chá) à Rua Direita.
Banca com chá
Em 5 de outubro de 1877, o jornal A Província de São Paulo (Hoje, O Estado de S. Paulo) publicava a seguinte notícia com fontes garrafais: "Projeto de Viaduto - novidade para São Paulo está nas vidraças do Sr. Jules Martin um belo quadro litográfico representando o que por vêzes se tem falado entre nós como meio plausível de ligar por meio da linha de bondes a Rua Direita, isto é, o Centro da cidade, ao nôvo e próspero bairro do Morro do Chá, Rua da Pallha e Largo dos Curros". Chegava ao povo, com grande alarde, o projeto do francês radicado na cidade, Jules Martin: a construção do Viaduto do Chá.