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Para reviver um pouquinho do Centro visto pelos seus personagens.

06/12/2025 ºC, São Paulo

Ponto Histórico:

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As tramas da Casa 21

Na estação Luz do metrô, siga as placas para a rua Florêncio de Abreu. Do lado de fora, vire à direita e siga em frente pela rua Mauá. Viaje pelos muros da companhia de trem, até chegar ao número 836. É essa ruazinha discreta que esconde os encantos da Vila dos Ingleses. No final dela, o número da charmosa casa dá nome a um atelier: Casa 21.

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Um respiro no Centro – com direto a ares londrinos

<foto1>“Tranqüilidade total, silêncio, facilidade de acesso, estacionamento amplo, a 50 metros do metrô Luz, com direito a jardim. Além da cozinha que substitui nossas idas a um restaurante, o que é uma grande economia”, enumera Jorge. Essas seriam as vantagens de alugar uma das 28 casas da Vila dos Ingleses. Em 1998, quando o espaço do escritório na Senador Queirós ficou pequeno Jorge saiu em busca de um novo local nas proximidades. “Descobrimos por acaso”. Apesar de ter circulado por todo o Centro desde menino, Jorge não conhecia aquele recanto. “Fui office boy e rodava toda essa região, antes mesmo de virem os calçadões. Vi o <a href="/joelmaeandraus" target="_blank">Joelma e o Andraus</a> pegarem fogo. O Centro é uma paixão à parte”, conta.

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De olhos bem abertos

<foto1>Disfarçado em vestimentas de "gente comum", o investigador do GOE (Grupo de Operações Especiais) Davison aguarda a chegada de “alguém”. Mas dessa vez ele não está ali para fazer nenhum tipo de ação policial. “Venho pouco na Estação para prender gente. Já fiz algumas abordagens aqui, só. Um parceiro meu já fez apreensões e operações. Deve ter muito comércio ilegal, prostituição, mãozinha (batedor de carteira), geralmente são viciados”, comenta. <br><br>Morador de Arujá, há três anos trabalhando no Centro, Davison já foi um assíduo usuário da Estação. “O trem é ótimo, mas as condições são péssimas porque o trem é usado pela massa da periferia”, manifesta-se. Na opinião dele, as pessoas evitam a Estação, atualmente, por medo. “Deviam dar uma mudada nisso. Só que é muito difícil mexer aqui. É difícil tirar esse pessoal, essa massa mora aqui, fica aqui o tempo todo.”

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Estação da Luz

A Estação da Luz, como é hoje, foi construída de 1895 a 1900. Mas só foi entregue à população em março de 1901. Enquanto isso, estava em atividade uma outra Estação da Luz bem menor e mais simples. Esta, por sua vez, havia sido levantada sobre a primeira.

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Ao quadrado

Eliseu Pires participa sob dois aspectos dia-a-dia da Estação da Luz. Morador de São Caetano, ele usa a ferrovia em horários de pico. “Em média são oito pessoas por metro quadrado. Mas isso já é menos que em 1994, quando tínhamos 1,4 milhão de usuários por dia. Com a onda de transporte clandestino, a Luz perdeu cerca de 800 mil usuários”, expõe. Saindo da condição de usuário, ele sobe o elevador do prédio da Estação e entre os 450 cômodos e as 791 portas e janelas da administração da ferrovia, Eliseu encontra sua mesa.

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Tempos modernos

A par da multidão que passa apressada, diariamente, dois olhos entediados observam estáticos. "Quando eu era criança pedia pro meu pai me trazer aqui. Passava a noite em claro, ansiosa para não perder a oportunidade. Achava tudo lindo! Quando eu comecei a trabalhar na Estação, há 17 anos, estava sempre superatenta. Até trocava olhares com um rapaz da ASO e a gente namorou por sete anos", narra Lilian Saramuga Conti, gerente das cadeiras de engraxate da Estação da Luz.