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Para reviver um pouquinho do Centro visto pelos seus personagens.

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Estação da Luz

A Estação da Luz, como é hoje, foi construída de 1895 a 1900. Mas só foi entregue à população em março de 1901. Enquanto isso, estava em atividade uma outra Estação da Luz bem menor e mais simples. Esta, por sua vez, havia sido levantada sobre a primeira.

Com a expansão da cultura cafeeira no interior do Estado de São Paulo, o transporte da produção tornou-se um problema, pois toda exportação do produto era feita pelo porto do Rio de Janeiro. Por isso, em 1855, a Assembléia Provincial de São Paulo aprovou a lei de incentivo que dava 2% de juros para aquele que investisse na construção de uma estrada de ferro entre Santos e Jundiaí, e 90 anos de concessão da ferrovia. Conquistaram a concessão Irineu Evagelista de Souza (Barão de Mauá) e dois associados - José Pimenta Bueno (Visconde de São Vicente) e José da Costa Carvalho (Marquês de Monte Alegre). Para captar investimentos internacionais, o Barão de Mauá criou na Inglaterra a The São Paulo Railway Company Ltda. Daí vem o apelido "A Inglesa", que caracterizou por muitos anos a ferrovia. Assim em 1860 dá-se início à construção. Sete anos depois, as obras de 139 km de extensão são concluídas somando um custo de 2 milhões de libras esterlinas. Nessa época, uma minúscula e debilitada Estação da Luz havia sido levantada em parte do terreno do Jardim Público. Em 1867, a Assembléia Legislativa exigiu melhorias no local. A segunda versão, então, foi construída sobre a anterior. Como as obras da estrada de ferro havia custado muito além das expectativas e até ocasionara a falência de uma das empresas de construção envolvidas, a São Paulo Railway teve de negociar com o governo para manter a concessão da ferrovia que era, na época, a mais rentável da América Latina. Afinal, era o único acesso ao porto de Santos e transportava cerca de 6 milhões de toneladas de café (em cada sentido), anualmente. Em troca, a companhia inglesa prometeu duplicar as vias e ampliar o porte e qualidade das estações. Construída de frente para o local das duas estações anteriores, a Luz passou a ocupar 7.520 m². O projeto de Charles Henry Driver foi erguido somente sobre material vindo da Grã-Bretanha, desde os pregos e tijolos até a iluminação de gás intensificado. A Estação tornou-se a porta de entrada da cidade para figuras importantes do período e também para os imigrantes, promovendo a pequena vila de tropeiros a uma importante metrópole. Na madrugada de 6 de novembro de 1946, dois dias antes da São Paulo Railway entregar a ferrovia nas mãos do governo federal, ocorreu um gigantesco incêndio que só deixou sobreviver a ala leste e as plataformas da Estação. A reconstrução foi bancada pelo governo e se estendeu de 1947 a 1951. A Estação recebeu, então, o terceiro andar nas partes que foram atingidas pelo fogo e mais pilastras de sustentação. A partir daí, os trens passam a percorrer somente os bairros do subúrbio. Em 1994, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos realizava o transporte diário de 1,4 milhão de usuários. A Estação tornou-se a porta de entrada de migrantes que vêm tentar a sorte na capital paulista. Curiosidades:

  • Em 1865, a primeira viagem de apresentação do andamento das obras entre as paradas do Brás e da Luz trouxe uma surpresa desagradável. Uma composição descarrilhou causando a morte do maquinista, ferimentos em alguns passageiros – como o Barão de Itapetininga –, a demissão do engenheiro fiscal e o cancelamento de um banquete comemorativo preparado no Jardim da Luz.
  • Somente na Estação da Luz foram gastos 150 milhões de libras, sem incluir o rebaixamento do leito férreo que retirou 252.230 m3 de terra. Realizado para eliminar a passagem de nível que prejudicava o desempenho da largada do trem e para criar sobre ele uma ponte no mesmo nível das ruas facilitando o tráfego dos carros. Serviço:
    Estação da Luz
    Horário: das 4h às 24h
    Praça da Luz, 1, tel. 0800-550121
    Site: www.cptm.com.br

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