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Para reviver um pouquinho do Centro visto pelos seus personagens.

06/12/2025 25.35 ºC, São Paulo

De olhos bem abertos

Disfarçado em vestimentas de "gente comum", o investigador do GOE (Grupo de Operações Especiais) Davison aguarda a chegada de “alguém”. Mas dessa vez ele não está ali para fazer nenhum tipo de ação policial. “Venho pouco na Estação para prender gente. Já fiz algumas abordagens aqui, só. Um parceiro meu já fez apreensões e operações. Deve ter muito comércio ilegal, prostituição, mãozinha (batedor de carteira), geralmente são viciados”, comenta.

Morador de Arujá, há três anos trabalhando no Centro, Davison já foi um assíduo usuário da Estação. “O trem é ótimo, mas as condições são péssimas porque o trem é usado pela massa da periferia”, manifesta-se. Na opinião dele, as pessoas evitam a Estação, atualmente, por medo. “Deviam dar uma mudada nisso. Só que é muito difícil mexer aqui. É difícil tirar esse pessoal, essa massa mora aqui, fica aqui o tempo todo.”

A situação da Luz, hoje, determina um comportamento defensivo nos seus freqüentadores. Assustadas pela ameaça de assaltos ou prevenidas disso, as pessoas dão olhadas ligeiras para os lados ao atravessarem a Estação. Na maioria, nem reparam a riqueza de detalhes arquitetônicos e muitos menos sabem da importância histórica do local. Assim sobrevivem muitos monumentos do Centro da cidade. “Eu particularmente gosto do Centro. É show de bola! Tem lugares lindos! Meu objetivo, três anos atrás, era mesmo ser transferido pra cá. Eu vou trabalhando e passeando, olhando o Centro, os prédios do Banespa, Correio, ...”, revela. Outro fator que atrai Davison é a ação. “Se não houvesse essa movimentação, meu setor ia ficar parado, acabava inútil.” (03/2000)

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