Flash news

Para reviver um pouquinho do Centro visto pelos seus personagens.

06/12/2025 26.28 ºC, São Paulo

Em vez de comprimidos, bijuterias

Para a maioria das pessoas que lá trabalham, a 25 de Março é uma obrigação, com maior ou menor nível de satisfação, mas não passa do dia-a-dia rotineiro. Para Neusa Anselmo Martins, é muito além disso: "Às vezes falo que a 25 pra mim foi um verdadeiro remédio, tem gente que ri e não acredita, mas é a verdade".

Neusa trabalhava como enfermeira em uma firma particular e tinha sérios problemas de depressão. "Ficava o dia todo trancada dentro de uma sala toda branquinha, era uma droga." Com o agravamento da doença, ela foi mandada embora e passou dois meses desempregada. Até que uma amiga lhe contou sobre uma vaga em uma loja de bijuterias na 25 de Março. "Não deu outra, fui e me contrataram uma semana depois", disse. Neusa lembra que no começo foi difícil, já que vender era bem diferente de fazer primeiros socorros e, além do mais, ela ainda estava depressiva. Trabalhando das 7h às 18h há cinco anos, a ex-enfermeira se mostra feliz com a mudança: "O meu dia inteiro é agitadíssimo, não paro um minuto e conheço pessoas novas a toda hora". É difícil encontrar algum resquício da depressão em Neusa, "o movimento e esse passa-passa de gente me fizeram um bem enorme, eu me curei". Ela acha que esse movimento intenso faz do Centro um lugar bonito, mas também muito perigoso: "Já fui assaltada uma vez, um trombadinha agarrou minha bolsa quando tava saindo daqui", disse. "Naquela semana fiquei cismada, mas depois passou." Hoje, Neusa, promovida, é subgerente da loja e trabalha com as mercadorias tão comuns atualmente na 25 como eram as porcelanas chinesas e rendas suíças no início do século: brincos, presilhas, pulseiras, prendedores de cabelos, peças pra fazer bijuterias, entre outros artigos da moda.

Tags Trending TrendingTrendingTrendingTrending