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Para reviver um pouquinho do Centro visto pelos seus personagens.

06/12/2025 25.35 ºC, São Paulo

Arte na pele

“Não sei quantas tatuagens tenho, mas, da última vez que contei, eram 30”, revela Gordinho, 32 anos, tatuador que tem um estúdio na Galeria do Rock. Ele diz que os temas dos desenhos que imprimiu na pele são variados. Suas preferidas são as de cartoons, como o personagem Roger Rabbit, mas também há dragão, caveira, tribais. Gordinho, que já foi office-boy, inspetor de seguros e arte-finalista, tatua há sete anos. Sua primeira cliente foi sua mãe, em quem desenhou uma rosa. Passou a tatuar amigos em casa e montou seu próprio estúdio. Está na Galeria há três anos. “Já tive estúdio em bairro, mas a Galeria é o melhor ponto por ser uma referência”, diz ele. Quando fez a primeira tattoo - um cavalo alado nas costas -, ele tinha 19 anos. Depois de três anos resolveu imprimir mais dois desenhos na pele e não parou mais. “Tatuagem vicia. Depois que você perde o medo e faz a primeira, quer fazer sempre”, afirma ele. Mas diz que hoje em dia está meio “bundão” para “tomar agulhadas”.

Há quatro anos ele também incluiu a aplicação de piercings entre seus serviços (ele tem um no mamilo). Para realizar esse tipo de trabalho, higiene é fundamental. “Trabalho com material descartável importado, que é de melhor qualidade, os aparelhos são esterilizados em estufa e o local deve estar bem limpo”, diz o tatuador. Antes de abrir o estúdio, Gordinho já freqüentava a Galeria. Ele acredita que a cabeça dos freqüentadores mudou de dez anos para cá. “Antes havia muitas panelinhas, muita briga. Sei do caso de gente que foi jogada daqui de cima naquela época. Hoje você vê pessoas de diversos tipos, gostos e origens convivendo pacificamente.” Além da mudança de mentalidade dos freqüentadores, a eleição do síndico Antonio Souza Neto também ajudou a transformar a Galeria em um local menos soturno. (Veja histórico.) Mas Gordinho acha que deveriam ser colocados bancos nos corredores, para as pessoas ficarem mais à vontade. Ele também sente falta de lanchonetes em todos os andares. “Estou aqui no terceiro andar. Quando quero comer, tenho que ir ao térreo ou ao primeiro andar.”

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