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Para reviver um pouquinho do Centro visto pelos seus personagens.

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Noiva em fuga

Em um sábado de setembro, quem passava pela Praça da Sé parou para ver 34 noivas se enfileirando e se preparando para cruzar a nave da Catedral e dizer "sim" no altar. Era um casamento coletivo que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) e seu capelão, padre Odécio, organizaram para os servidores que desejavam se casar na igreja, mas não tinham tido condições ou oportunidades até então. Ali, na escadaria, mesmo as noivas que estavam usando vestidos tomara-que-caia ou de alça não pareciam sentir o frio que fazia – que justificava casacos de lã e botas que muitos convidados vestiam. Benigna, uma das noivas – que vestia um modelo sem mangas – conta que alguns carros que saíram da Casa das Retortas, onde todas se encontraram, acabaram se perdendo. "Cheguei à igreja e já estavam chamando meu nome. Eu era a sexta da fila e a quinta já havia entrado. Saí correndo, me senti naquele filme Noiva em fuga", diverte-se. No fim, deu tudo certo, ela entrou já mais nervosa por conta da pressa, mas nada que os convidados pudessem notar. Ela entrou segurando um terço ao invés do buquê, sem véu e grinalda. "Para mim, não há motivo para isso, já tenho uma filha de 12 anos e um filho de sete, ia ficar estranho", opina. Os filhos foram a dama e o cavalheiro de honra – assim como muitos que estavam lá. Benigna já é casada com Ricardo – membro da GCM – há 12 anos, mas eles queriam "oficializar a situação perante a Igreja". A primeira idéia é que tudo fosse muito simples. Benigna não queria nem ir de vestido, planejava algo mais simples, como um terninho branco. Mas há duas semanas do casamento, em uma reunião com os demais participantes, ela percebeu que quase todas as mulheres estavam optando pelo traje mais tradicional. "Não queria ficar muito diferente, então resolvi optar pelo vestido." Depois da celebração religiosa, que contou com a banda e o coral da GCM, os recém-casados tomaram as escadarias da Sé para fotos, mais comemorações e o tradicional arroz jogado em cima dos noivos. De lá, Ricardo e Benigna foram pra casa. "Nossos vizinhos estavam nos esperando com um churrasco-surpresa", contam eles. Depois da festança, eles foram para um hotel reservado na última hora comemorar as núpcias. "Foi bem mais legal do que a gente imaginava", afirma Ricardo. Simples, mas de coração, como costumam dizer por aí. (25/10/2005)

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