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Para reviver um pouquinho do Centro visto pelos seus personagens.

06/12/2025 26.28 ºC, São Paulo

Lua-de-neve

Por Lúcia Valentim Rodrigues

Pois é, casei. Mas um casamento moderno. Sem cerimônia nem papel nem nada. Só uma festa para os amigos mais chegados. De um e do outro. Acaba sendo um montão de gente! Melhor assim, faz com que a gente se sinta muito querido. Mas pera lá! Não teve cartório, mas sem lua-de-mel não dá. E para onde viajar? Nos decidimos a ir para o Chile. Fui para visitar – nem conhecia – e para ver alguns parentes tão conhecidos quanto o país. “Alguns” parentes, em “chileno”, quer dizer mais de 30, isso em menos de 15 dias. Mas tudo bem, tirei de letra! Também, com tantas pessoas querendo agradar e ser agradáveis, foi superfácil. E foi lá que me apaixonei pela segunda vez. Há quem diga que isso não existe, mas de minha parte não tenho como negar. Calma! O casamento está fantástico! A paixão à primeira vista foi pela neve. Nada como estar em um lugar lindo e, ainda por cima, com quem a gente ama (e quem ama pode ser brega, sim, e dizer isso com todas as letras!)... Foi lindo, romântico e com tudo o que tivemos direito. Inclusive tombos inesquecíveis, escorregões, guerra de neve - até no óculos eu tomei uma bola de neve -, estalactites e vistas memoráveis. Como o passeio também era com clima familiar, fui levada a conhecer a cidade onde o meu namorado (deveria dizer agora marido?) nasceu: Rancágua. Mesmo pequenina e uma hora distante da capital, Santiago, também mereceu visita ao Centro. Uma belezinha! Tem tudo o que uma cidade pequena deveria ter: igreja, coreto, museu, mercado, rua de compras e, como manda o mundo globalizado, shopping center e internet café. O melhor foi fazer o passeio com o "abuelito Jorge", que para todos os locais tinha na ponta da língua uma explicação histórica e um "causo" para contar. E, ainda, parente do poeta mais conhecido da região, nos fez sermos recebidos com festa na Fundação Oscar Castro! Nada de multidões pelas ruas, todos andando com calma e bem escondidos debaixo de seus cachecóis, casacos e gorros. O frio é de lascar! Mas ótimo para namorar ;-) Além disso, sempre há uma parada para um café, um chá ou uma empanada com "ají" (pimenta, como eles dizem lá) para dar aquela esquentadinha! Taí, fiquei encantada e viciada em neve. Não vejo a hora de voltar! (14/09/2004)

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