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Para reviver um pouquinho do Centro visto pelos seus personagens.

06/12/2025 25.35 ºC, São Paulo

Uma sinfonia de imagens

Deixar que as imagens vibrassem como o próprio som. Foi assim que Régis Filho escolheu retratar os momentos antes das apresentações da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp). A combinação dos instrumentos – câmera fotográfica, violinos, flautas e tantos outros – foi tão harmoniosa que o maestro John Neschiling, diretor artístico da Osesp, aprovou e quis transformar o ensaio fotográfico em exposição.

“Queria fotografar sem interferir no ambiente, penetrar ali, quase de forma invisível”, explica Régis. Para evitar que qualquer interferência sua pudesse minimamente desconcentrar os músicos, o fotógrafo não usou flash e procurou não se deslocar muito. “Para mim era como uma atmosfera de sonho. Por isso acho que as fotos ficam com esse acabamento quase sem contornos definidos e um aspecto de vibração visual – borrada, tremida - também buscando representar a vibração do som, afinal, o som existe porque alguma coisa vibra.” Tudo começou em abril, quando a revista "Foco Economia e Negócios" encomendou um retrato do maestro. A hora marcada para a sessão de fotos coincidiu com os momentos antes de ensaio da orquestra. "Chegando lá, andando pelos corredores da Sala São Paulo, já ouvia o som de vários instrumentos, mas não via os músicos", lembra. Na ocasião, Régis comentou com Neschling que gostaria de fazer um ensaio fotográfico da Orquestra e o OK do maestro veio um tempo depois, por e-mail. No dia seguinte, o fotógrafo compareceu a um ensaio para iniciar o projeto. Mas foi na noite em que haveria concerto que Régis percebeu um clima diferente - tema que escolheu para seu trabalho. "Fiquei até instantes antes do início da apresentação e me deparei com um outro momento interessantíssimo que é chamado de aquecimento. É uma agitação especial: uma hora antes do concerto os músicos se vestem, afinam os instrumentos, se maquiam, fazem alongamento musculares, brincam, conversam entre si, outros praticam superstições, outros se isolam. Cada um a sua maneira. No ar soa uma estranha sinfonia sem compositor, sem regente..." Quando Regis levou ao maestro as fotos produzidas em três visitas, este, então, propôs fazer uma exposição no Complexo Júlio Prestes, espaço onde foram produzidas. "O que me deixou muito feliz", confessa Régis. Das aproximadamente 300 imagens que tinha em mãos, Régis criou cinco edições (conjuntos diferentes de fotos). Uma delas foi escolhida e, desde 20 de maio, 12 fotografias de 60 cm x 89 cm passaram a compor o foyer da Sala São Paulo. E, para completar vernissage, contou com a apresentação da Osesp. Mas nem só trabalho é motivo para as idas de Régis ao Centro. Com freqüência ele vai à Sala São Paulo, Pinacoteca, CCBB, Luz, rua das noivas, assim como à rua Crispiniano - que é uma seqüência de lojas do ramo fotográfico. "O Centro de São Paulo me assusta e me atrai. É feio e é bonito. O Centro é fotogênico." (30/05/2004) Serviço: Exposição Ensaio
Foyer da Sala São Paulo
Até 20 de junho - De segunda a sexta, das 10h às 18h, sábados e domingos a partir de duas horas antes dos concertos
Quanto: entrada gratuita
Onde: Praça Júlio Prestes, s/nº, Luz, tel. 3337-5414
www.regisfilho.com.br

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