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Para reviver um pouquinho do Centro visto pelos seus personagens.

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O bar onde nasceu o museu

O Bar do Museu, como é conhecida a sede da Associação de Amigos do Museu de Arte Moderna (AAMAM), fica num prédio bem ao lado do Copan. É um simpático espaço que remete aos anos 40 e 50 pelo estilo da mobília e pelo piano de cauda que se encontra na entrada. Além de bebidas, o local serve ótimos petiscos. Um belo convite a debates sérios ou bate-papos mais descontraídos. Este é justamente um dos objetivos da associação. “Queremos voltar às origens, recuperar o que este local foi um dia – um lugar que reunia artistas, intelectuais, políticos e outras pessoas pessoas e estimulava a troca de idéias entre elas”, explica Claudio Thiago, diretor da associação e sócio-proprietário do Bar. A AAMAM surgiu no fim dos anos 40, quando Cicillo Matarazzo começou a alimentar a intenção de organizar um museu de arte em São Paulo. “Ele instalou no prédio dos Diários Associados, na rua 7 de Abril, o que viria a ser a primeira sede do MAM”, diz o diretor atual da entidade. “Era um espaço cultural onde se reuniam intelectualidades da época e os simpatizantes da criação do museu”, complementa. Segundo Clarice Berto, presidente da entidade, não foi só o MAM que teve origem naquelas reuniões “O TBC e a Cinemateca também surgiram de discussões nas mesas do bar, por onde passaram personalidades como o crítico de cinema Paulo Emílio Sales Gomes, o pintor Di Cavalcanti, o cantor Silvio Caldas, a escritora Ligia Fagundes Telles e políticos como Ulysses Guimarães e Jânio Quadros.” Mesmo depois da instalação do MAM no Parque do Ibirapuera, em 1953, o Bar do Museu continuou sendo o ponto de encontro de seus freqüentadores. Em 1978, foi adquirida a sede onde o bar funciona até hoje. De lá para cá muitas coisas mudaram, a entidade se desligou do museu e, em meados dos anos 80, no entanto, o Bar do Museu passou por um período complicado, pois houve uma queda considerável na freqüência. “Não sabemos exatamente porque isso aconteceu, mas, como eu disse, queremos recuperar este espaço, trazer um pouco para os dias de hoje o espírito ao mesmo tempo boêmio e combativo que havia nos seus primórdios”, revela Clarice. Para isso, a Associação está realizando diversos eventos, como a exposição Nenhumiteca, que traz trabalhos dos artistas Gabriela Toledo e Nicholas Malferrari. As pinturas, gravuras e deesenhos têm influência da arte e cultura latinas, especialmente Chile, Peru e Bolívia. Às segundas-feiras, até o dia 3 de maio, há encontro com os artistas e música latina ao vivo com a cantora Paloma. No dia 6 de maio, haverá uma palestra e debate com o artista equatoriano Gustavo Pavel Egüez, com o tema “Muralismo na América Latina”. (13/04/2004) Bar do Museu
Horário: de segunda a sexta, das 12h às 23h; sábado, das 14h às 23h
Rua José Paulo Mantovani Freire (altura do número 324 da avenida Ipiranga), Bloco C, tel. 3259-0157
A exposição "Nenhumiteca" acontece até o dia 30/05/2004.

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