Para reviver um pouquinho do Centro visto pelos seus personagens.
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“Doces” com sabor de livro
Uma iniciativa que começou em março do ano passado começa a dar novos frutos pela cidade. A venda de livros em máquinas de doces, que funcionam à base de moedas, além de se espalhar por estações de Metrô de São Paulo e do Rio de Janeiro, já tem uma nova frente: o comércio de jornais.
Fabio Bueno Netto, sócio da empresa Sampa 24 x 7 e inventor da idéia, explica como tudo surgiu: “A idéia veio da necessidade de vender livros a um ‘teoricamente’ baixo custo de distribuição. Eu estava quebrando a cabeça para baixar o custo da logística e passei em frente a uma dessas máquinas que vendem guloseimas. Daí pensei: ‘Este é o caminho’. O Metrô quebrou paradigmas e autorizou a implantação dessas máquinas por sua natureza cultural”.
O projeto ainda não dá lucro propriamente. “Por hora, estou investindo bastante. O grande retorno até o momento é ter a certeza de que o objetivo está sendo cumprido. Estamos, juntamente com os editores que nos fornecem os livros, criando novos leitores e possibilitando a aquisição de livros de boa qualidade a baixo valor”, diz Bueno Netto.
Abrangendo as estações de diversas linhas como Anhangabaú, República, Sé, Barra Funda, Brás, Consolação e Brigadeiro, a campeã de vendas é a da Sé. “Além do intenso movimento, também conta o fato de lá haver sete máquinas.” No Rio, as máquinas estão instaladas em Botafogo, Estácio, Cinelândia, Carioca, Saens Pena e Uruguaiana. “Mas lá não vende tanto quanto aqui. Carioca gosta mesmo é de praia”, brinca o empresário.
A escolha dos títulos é feita por Bueno Netto. “Primeiro precisa caber naquele espaço e não ter conteúdo pornográfico nem ofensivo. Aí evito temas muito polêmicos e procuro boa qualidade de impressão, conteúdo e preço.”
As máquinas de vender jornal estão sendo testadas desde o final de 2003. Mas novos mecanismos já estão sendo desenvolvidos. “No Natal colocamos embalagens de presente dentro dos livros. Eu acho que livro é presente de amigo. No momento, estamos nos preparando para fazer um monitoramento on-line das máquinas. Basta as operadoras de GSM resolverem algumas questões técnicas.” (14/02/2004)