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Para reviver um pouquinho do Centro visto pelos seus personagens.

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Quarteirão de presente

A região do Quadrilátero da Sé compreende o quarteirão da Praça da Sé, Rua Wenceslau Brás, Rua Floriano Peixoto e Rua Roberto Simonsen, em frente ao Solar da Marquesa. Ao todo são dez lotes, dos quais sete pertencem à Caixa Econômica Federal. Agora, São Paulo ganha um presente restaurado: o prédio da antiga Policlínica, que recupera detalhes e formas originais do início do século. Antonio Luís Sarasá, responsável pelo projeto no Estúdio Sarasá, explica que tiveram de buscar os elementos essenciais da construção, projetada por Ramos de Azevedo em 1919, através de prospecções e pesquisas históricas. “Tem sempre um pequeno lugar ou um cantinho que se mantém intacto ao longo dos tempos. É ali que começamos.” A reforma, encomendada pela Caixa Econômica Federal, que é dona dos prédios, começou no final do ano passado, em dezembro, e inclui todo o quarteirão. A primeira fase é a entrega da fachada da Policlínica, que acontece durante as comemorações dos 450 anos da cidade. Em seguida, vai se estender para as outras construções do Quadrilátero da Sé. Após toda a pesquisa e o levantamento de dados, o primeiro passo foi fazer o registro fotográfico e gráfico do local. Em seguida, foram atrás das cores da época do prédio. Só então começaram realmente a execução das fôrmas e o restauro com a ajuda de escultores, fachadistas e pintores. Segundo ele, a parte mais difícil foi recuperar a argamassa, que estava toda prejudicada. “O processo de dar volumetria foi o mais complicado”, conta. “Tivemos de montar uma oficina de restauro no lugar para poder viabilizar tudo.” Outra área que levou muito tempo foi a dos vitrais. O estúdio de Antonio Luís Sarasá já reconstruiu os vitrais do prédio da Policlínica e da agência antiga da Sé e aproveitou para revesti-los de vidro para maior conservação. O autor do projeto arquitetônico, Bruno Sandin, ressalta a nobreza e a imponência da construção: “A nossa premissa foi valorizar o que há de mais belo e representativo na quadra, resgatando e perenizando a memória da cultura paulistana, propondo a harmônica convivência do passado com o presente, buscando no equilíbrio econômico financeiro e no resgate da atratividade a viabilização de um futuro cada vez mais promissor para o Centro”. Agora, o prédio vai receber o tratamento interno necessário para se transformar em um conjunto cultural, agregado ao já existente da Caixa Econômica. Todo o processo da reforma vai ficar uma semana, até fevereiro, em exposição para visitação pública. É uma ótima oportunidade para as pessoas perceberem o quanto a degradação e pichação podem destruir do nosso patrimônio histórico. (24/01/2004)

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