Flash news

Para reviver um pouquinho do Centro visto pelos seus personagens.

06/12/2025 26.28 ºC, São Paulo

Sonhos de uma noite de verão

Por Mariana Della Barba

Conhecer Copenhague no verão é se surpreender. O sol nunca se põe completamente e a insistente luz do dia espalha uma onda de animação pela cidade, criando um clima de festa, de férias. Mesas na calçada, bate-papo entre amigos, bicicletas zanzando pelas ruas com suas buzininhas educadas... Nada passa nem perto da visão estereotipada de uma Escandinávia triste, escura e sem vida. Bem no centro da capital dinamarquesa, três quilômetros de calçadão. Ao longo do Strøget, como ele foi apelidado, suntuosos casarões do século XV convivem com lojas de decoração moderníssimas. Lá se encontra o melhor do design escandinavo, famoso pelas cores vivas e formas inovadoras, sempre “clean” e funcional. Porém, o verdadeiro coração de Copenhague não fica no centro. E sim de frente para a estação de trem, como um portão para a cidade. O Tivoli parecer ter sido ali construído para dar as boas-vindas a quem chega. E cumpre seu papel com maestria. Mas o que é o Tivoli? Ele não pode ser considerado um parque comum, somente com árvores, canteiros floridos, bancos e um laguinho. Não é muito menos um simples parque de diversões e nem uma área para shows. O Tivoli é uma mistura de tudo isso. E passear por entre suas fontes exóticas, seus jardins iluminados e de repente dar de cara com uma roda gigante é algo como entrar num conto de Hans Christian Andersen, o mais famoso escritor dinamarquês - autor de, por exemplo, A Pequena Sereia e O Soldadinho de Chumbo. Construído em 1843, o Tivoli foi idealizado e fundado por Georg Carstensen (1812-57). Filho de um diplomata dinamarquês, ele viajou muito durante sua juventude. Sempre que passeava pela Europa, se encantava com os jardins e parques de diversão, especialmente os ingleses. Carstensen também era conhecido pelas memoráveis festas que organizava. E foi a partir dessas suas paixões que planejou o Tivoli. Segundo ele, o parque tinha de reunir lojas de produtos dinamarqueses e importados, palco para shows, plataforma para fogos de artifícios, brinquedos e jogos tanto para crianças quanto para adultos, além de restaurantes, cafés e docerias. Há alguns anos, a empresa de Walt Disney tentou comprar o parque. Mas a voz (e o bom senso!) dos dinamarqueses falou mais alto e o negócio não saiu. Afinal, eles gostam das coisas do jeito deles. Alguém discorda que eles têm razão? Não eu!

Tags Trending TrendingTrendingTrendingTrending