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Para reviver um pouquinho do Centro visto pelos seus personagens.

06/12/2025 25.35 ºC, São Paulo

A festa nunca termina

Uma vista estonteante do lado de fora, decoração com grafite do lado de dentro, dois bares, um DJ insano e pessoas dançando até as sete da manhã. A cena poderia se passar em Nova York, mas foi São Paulo – mais exatamente o terraço no sexto andar do Shopping Light – o palco de uma das festas mais cosmopolitas dos últimos tempos. A personagem principal era Larry Tee, DJ americano que levou o melhor do gênero electro – mistura de música eletrônica com rock – direto do Brooklyn para o Centro de São Paulo. “Nunca estive em uma festa como essa antes”, comentou. “A locação era incrível e o povo estava pronto pra cair na balada. Foi muito legal poder respirar ar fresco e socializar com as pessoas em uma atmosfera tão bacana.” Criador do termo electroclash e organizador do megaevento Electroclash Festival, Larry Tee é dono do selo Mogui Electro e do clube Luxx, espécie de QG do gênero em NY. O Electroclash acontece no bairro cult de Williamsburg, no Brooklyn, e é freqüentado por artistas e pelo povo de moda da cidade. Em São Paulo, o DJ andou pelo Centro, comeu churrasco, passeou pelas ruas dos Jardins – “a Rodeo Drive brasileira” –, comprou roupas bacanas na Ampgalaxy e acabou se identificando. “Os paulistanos são mesmo primos dos nova-iorquinos. Adoro as pessoas dessa cidade porque elas estão sempre prontas para a próxima novidade e ansiosas para ir muito além do tecno, do house e do trance", observa. "Estive em SP três anos atrás com o DJ Keoki, para mantê-lo longe de problemas. Ele foi legal, mas ficou chapado a viagem inteira. Desde então, estou limpo de todas as bebidas e drogas, e me divirto muito mais. Fiz um estrago naquela ocasião, mas dessa vez vou me lembrar de tudo o que aconteceu”, ri. Apontado mundialmente como um dos melhores em sua categoria, Larry Tee nasceu em Atlanta, nos EUA, e mudou para Nova York em 1989, onde atuou em grandes clubes como Tunnel, e em festas como Celebrity Club e Love Machine. Produziu então o hit "Supermodel (You Better Work)" para a amiga RuPaul, dragqueen americana. Depois de dez anos discotecando, o DJ ouviu os grupos Adult e Chicks on Speed, dois dos expoentes da então nova cena que surgia na música eletrônica – o electro. Na mesma época, Larry assistiu a uma apresentação do grupo Fischerspooner em uma galeria de arte. O desejo de colocar juntos artistas que nutriam o mesmo entusiasmo pelo gênero musical o levou a criar, em outubro de 2001, o primeiro Electroclash Festival, que deu visibilidade a estes e a outros artistas participantes como Peaches, W.I.T., Ladytron DJ Team e DJ Assault. O electroclash se tornou, a partir de então, um gênero bastante popular, influenciando o universo fashion e as pistas de dança do mundo inteiro e trazendo de volta à cena a singularidade dos anos 80. “Tocar pra uma multidão que quer ouvir coisas novas é sempre um prazer pra mim. Na festa do terraço do Shopping Light, senti que as pessoas curtiram o meu set.” Se depender do que diz o nosso amigo Larry, fica comprovado que os moradores de Sampa sabem mesmo o que é bom... (10/09/03)

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