Oásis

A Rua Ilha das Flores – uma travessa da Rua Barão de Duprat, próxima à 25 de março – é uma vilinha onde só existem casas – no máximo, sobrados –, onde as pessoas se cumprimentam e conversam no portão, como nos velhos tempos. É difícil acreditar que existe um lugar desses em uma região tão comercial e tão cheia de prédios. O espanto é ainda maior quando se conversa com os moradores do local, que se mostram simpáticos e acolhedores. Foi assim que fomos parar dentro da casa de Sonia e Isac, um jovem casal que tem dois filhos adolescentes e administra uma pensão para rapazes que fica na frente da casa onde moram há dois anos. "A pensão está sempre lotada", contam, enquanto tomamos um café feito pela própria Sonia, no sofá da casa deles. "As pessoas sentem que nos preocupamos não só com a higiene da casa, mas com o bem-estar delas também. Conversamos com elas, queremos saber se estão se sentindo bem. Isso faz a diferença." Os filhos, Bruno, de 14 anos, e Guilherme, de 12 anos, aproveitam os fins de semana para ganham seu dinheirinho fazendo serviços diversos, como lavar carros. "Eles vão ao cinema, ao Hopi Hari, ao Playcenter, tudo com o dinheiro deles", revela Isac, orgulhoso. Segundo eles, na Rua Ilha das Flores leva-se uma vida bastante tranqüila. "Às vezes ficamos lá fora conversando até meia-noite, uma hora da manhã. As crianças ficam brincando, jogando bola até tarde. Fazemos churrasco. Não tem perigo. Gostamos muito de morar aqui."