Do 28º andar de um sonho

Para realizar seu sonho de casa própria, a atriz Mika Lins, 36, escolheu o Edifício Copan. “O essencial era ter uma bela vista e entrar muita luz”, conta. Abrindo o jornal de classificados, bateu o olho no primeiro anúncio e encontrou seu desejo perto das nuvens, no 28º andar.
“Queria um prédio antigo, por ser mais espaçoso, e uma coisa fundamental era a vista. Vim visitar o apartamento e, logo que abri a porta, senti que era o que eu queria. Depois o mesmo corretor me indicou outro no bloco D, um pouco maior, mas não tinha tanta luz.”
O passo seguinte foi uma reforma em tempo relâmpago de três meses, em que ela quebrou uma parede para aumentar a sala, escolheu os móveis e tirou o vidro fosco da janela para entrar ainda mais claridade. “O arquiteto ainda teve uma boa sacada de mudar o lado de abertura da porta. Assim a primeira coisa que se vê ao entrar é a vista maravilhosa.”
O apartamento foi todo decorado por Mika, da cozinha ao banheiro, do armário à iluminação em estilo de palco teatral. “Escolhi tudo o que está aqui dentro. Tem algumas coisas que são do meu antigo apartamento, mas que, como são a minha cara, trouxe para cá também - menos a banheira [que fica no meio do quarto], que ganhei de presente.”
“No começo meus amigos me perguntavam por que eu ia morar no Centro, me achando meio louca. Mas agora todo mundo gosta daqui, já virou point”, afirma. “Meu aniversário [em 1º de dezembro] foi no Terraço Itália, porque a reforma não tinha acabado. Foi bacana porque acendemos os spots de luz e ficamos olhando lá de cima para a minha casa. Já o Natal deu certo de fazer aqui”, afirma, orgulhosa. Com isso, Mika ficou caseira: “É difícil agora me tirar de casa. Ainda mais que fica do lado dos meus amigos de Higienópolis”.
O Centro para ela não é novidade. No ano passado, ficou em cartaz na região durante a temporada de "FrankensteinS", dirigida pelo namorado Jô Soares, no teatro Cultura Artística, na Rua Nestor Pestana. "Pena que terminou antes de o apartamento ficar pronto. Senão dava para ter ido a pé ao trabalho."
Além disso, gosta de jantar no La Casserole, no Largo do Arouche, e visitar uma livraria na Barão de Itapetininga. “Quando pequena, vinha comer sanduíche de linguiça na Casa Califórnia, que é o melhor do mundo!!! E, na época das Diretas-Já, a gente costumava se reunir para os comícios na Leiteria Americana. Uma pena que ela não exista mais”, diz Mika, de um acessório que “era o que faltava na casa”: uma poltrona rotatória, de onde a atriz lê o jornal pela manhã, conversa com os amigos e vê as chuvas. “É um dos espetáculos mais lindos, ver a chuva chegar, atravessar a cidade, com os trovões iluminando tudo. É um privilégio.” (31/01/2003)