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Para reviver um pouquinho do Centro visto pelos seus personagens.

06/12/2025 26.28 ºC, São Paulo

Caldeira de Babel

São Paulo é uma cidade com uma arquitetura tão eclética que se torna “impossível definir um marco que a simbolize: São Paulo do Copan, da Avenida Paulista, do Parque do Ibirapuera, dos Demônios da Garoa, da Rita Lee, dos Titãs...”. É assim que resume Milú Villela em texto de apresentação do livro “Alma Paulista 2”, com as visões de 12 artistas plásticos sobre a Paulicéia Desvairada. O paraibano Sérgio Lucena se deixou levar pelos temas, que “se impuseram por si mesmos”. “Fiz uma homenagem descarada a São Paulo, que eu adoro”, diz. “São Paulo não me influencia, ela me revela. É uma cidade onde o sonho tem concretude. O Centro é a matriz, a própria essência da cidade. A cidade do poder, do poder ser o que se acredita, o que se quer, o que se sonha, o que se é.” Para Lucena, o Centro é uma “caldeira de Babel”, mas ele não consegue escolher um lugar favorito. “O Centro é o melhor de São Paulo para mim, gosto de todo ele, não só de uma parte.” Quando perguntado o porquê de sua visão da cidade ser meio cinzenta, ele diz que a São Paulo que ele pinta existe tal qual se vê: “Para cada pessoa, ela aparece diferente, e também é válida a impressão. Ela é várias, como deve ser para cada um de nós que a seu modo a conhece. Eu sou apenas espelho”. Não fosse assim, as telas do paulista Paulo Eduardo Balsini, o Paletó, não seriam tão distintas das de Lucena. Paletó observou atentamente a cidade por dois meses antes de começar a criar. “Fiz desenhos do que achei mais representativo e belo, daí no ateliê realizei dez pinturas e, por último, escolhi cinco para usar no projeto”, conta. Há cinco anos, deixou uma carreira de mais de 20 anos para se dedicar apenas à arte. “Aprendi a enxergar as coisas agradáveis da cidade, hoje escondidas pela pressa, pelo trânsito, pela distância ou mesmo pelo ângulo de visão.”

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