Flash news

Para reviver um pouquinho do Centro visto pelos seus personagens.

06/12/2025 25.35 ºC, São Paulo

Com o samba na cabeça

Maria Aparecida Urbano é especialista em carnaval e samba na cidade de São Paulo e tem muitas histórias para contar, inclusive sobre o Centro. Está editando seu segundo livro sobre o assunto: "Carnaval e Samba em Evolução na Cidade de São Paulo". Depois de nove anos de pesquisa e dois de edição de material, ela busca apoio para publicar a obra. "Descobri que pouca gente sabe o que é e o que já foi o carnaval de São Paulo. Já tivemos carnavais riquíssimos, por exemplo, no Teatro Municipal", diz ela. "Em 1966, o então prefeito Faria Lima, que era carioca, queria que São Paulo tivesse um carnaval nos moldes do Rio. Resolveu organizar um baile no Teatro. A diretoria do local alegava que algo poderia ser destruído, mas o prefeito declarou que, se necessário, refaria o teatro todinho. Foram tomadas as providências para proteger as instalações, a festa foi um sucesso e no final, as instalações ficaram intactas." Segundo ela, o Centro, que já foi um importantíssimo cenário para o carnaval da cidade. "Entre 1910 e 1930, nas Ruas 15 de Novembro, Direita e São Bento só existiam casas. Os proprietários alugavam as sacadas para as pessoas que queriam ver os cordões passarem", conta. “Um local no Centro muito importante para a festa em São Paulo antes da Segunda Guerra era a Casa Alemã, que ficava na Rua Direita. Era uma loja muito chique que vendia artigos importados e onde havia um salão de chá. Na época do carnaval, os manequins eram vestidos com fantasias e a neta do dono da loja, que era criança, desfilava fantasiada em um bonde para fazer propaganda." Maria Aparecida sempre gostou de carnaval. Certa vez, quando os filhos ainda eram crianças, decidiu fazer curso para trabalhar com espuma. “Fiz uma fantasia para meu filho que acabou ganhando um concurso. Anos mais tarde foi a vez da minha filha receber um prêmio desse tipo, também com uma fantasia que confeccionei.” E então tudo começou: carros alegóricos para os desfiles de 7 de Setembro das escolas dos filhos e uma vitrine de Natal da agência do Ipiranga do Banco do Brasil onde o marido trabalhava. "O gerente do banco gostou muito da experiência e logo eu estava decorando os cinco andares de prédio e organizando concursos de vitrines", diz ela. Um dia, recebeu convite para trabalhar na escola de samba Imperador do Ipiranga. "Em São Paulo, não havia carnavalescos", diz ela, que, sem querer, se transformou em uma. "Também trabalhei para a Unidos de São Lucas, Vai-Vai e Nenê da Vila Matilde." Com toda a experiência acumulada, acabou sendo conselheira, professora do curso de jurados para desfiles de escolas de samba e vice-presidente da FESEC(Federação das Escolas de Samba e Entidades Carnavalescas do Estado de São Paulo). "Hoje, trabalho nesse livro sobre o samba já citado, em uma obra sobre o Oswaldinho da Cuíca e outra sobre a história das baianas." (08/10/2002)

Tags Trending TrendingTrendingTrendingTrending