Aula de geografia
Por Lúcia Valentim Rodrigues

Primeiro de tudo uma pergunta: como vai a sua geografia? Se a matéria na escola nunca foi o seu forte, não me xinga e pega logo um mapa. Se você é fera em capitais mundiais, teste seu conhecimento a seguir.
Falar que eu e o meu irmão visitamos os Centros de 16 cidades é um pouco modo de dizer. Primeiro, porque o Centro em si nunca fica no centro mesmo da cidade - mas foi lá que tudo começou com certeza! Segundo, porque o Centro é às vezes bem espalhado, como em Budapeste, na Hungria (que fala inglês? Não, fala húngaro, claro!).
Mas vamos voltar ao começo. De Guarulhos, em São Paulo, a Helsinque, na Finlândia. Lá fomos nos encontrar com uma amiga local na estação de trem. Igual à da Luz, mas bem maior e bem estruturada. Como se as grandes estátuas de pedra da porta guardassem aquele legado.
Foi uma visita um tanto rápida para conseguirmos pegar uma balsa e chegar a Tallinn, na Estônia (se me permite uma observação, lá eles falam estoniano, inglês só é falado entre turistas). O chope não se compara ao do Brahma, mas a praça em frente estava tão movimentada quanto a do Choro aos domingos.
Ficamos alguns dias depois da dificuldade para encontrar um albergue que tivesse vagas. A próxima parada foi na Letônia (onde eles falam... letão!), onde um simpático Centro velho abrigava um festival do início da colheita bem pitoresco. Lá também conhecemos uma espécie de Dops local (se você se interessa por tortura, não perca a visita a Auschwitz, na Polônia), que se transformou no Museu da Guerra, com armas e barris de pólvora.
E, por falar em guerra, o que dizer de dois irmãos lutando em lados opostos na Segunda Guerra Mundial. Parece coisa de filme, né? Mas aconteceu. Nossos anfitriões na Polônia (obrigada por tudo, Elwira!) nos contaram essa história de seus primos. E um deles acabou sendo morto no conflito. Triste!
Onde comer o melhor doce da viagem? Na Varsóvia, capital da Polônia (se você adivinhar a língua, ganha um pirulito! Acertou: polonês!), compramos uma guloseima à base de leite deliciosa em uma banquinha de camelô. Já era pra lá do meio da viagem e isso me fez sentir ainda mais saudades da minha São Paulo.
As catedrais e os correios foram episódios à parte, em todo lugar havia um estilo diferente a mostrar - e sempre bonito. Nada, nada, nessa brincadeira de um clique aqui e outro acolá, gastamos 11 filmes fotográficos (deu o maior dinheirão para revelar tudo)!!!
Ainda teve:
Lituânia (sim, lá se fala lituano) - uma gostosura para descansar, mas uma cerveja nem tão gostosa;
Eslováquia (eslovaco, sim, senhor ou senhora) - uma pena o Brasil não ter castelos como os de lá;
Eslovênia (o esloveno impera, mas sempre tem alguma coisa em italiano ou inglês) - o passeio pelo Centro é lindo, mas nosso Mercado Central dá de dez a zero no Mercado a céu aberto deles
e Áustria (errou, aqui eles falam inglês e alemão. Ufa!) - onde o euro pegou a gente de jeito, êta moeda cara de doer.
E aí, na volta, foi só pegar dois aviões, passar 18 horas em aeroportos, para retornar ao Brasil do meu coração. Maravilha é viajar à noite, quando se pode ver a cidade iluminada, com suas ruas que mais parecem rios de luzes. A Viena da minha volta ficou linda ao entardecer. Mas eu não via mesmo era a hora de pousar. Não há nada como a nossa casa: São Paulo da garoa. E do frio também: pisei em solo paulistano e fazia 2ºC. Tempo bom, não? Fui para a Europa e peguei o maior sol e, no Brasil tropical, um frio de doer dente!
Mas nem liguei, a vontade de comer um pão de queijo e tomar um cafezinho foi maior... (20/09/2002)