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Para reviver um pouquinho do Centro visto pelos seus personagens.

06/12/2025 26.28 ºC, São Paulo

Missão (quase) impossível

Se o agente do serviço secreto britânico, James Bond, viesse dar uma voltinha pelo Centro de São Paulo, o primeiro lugar que visitaria seria a Missão Impossível. Aberta há cerca de 3 anos no número 176 da rua de eletrônicos mais famosa da América Latina, a loja seria para o 007 o mesmo que entrar em um verdadeiro parque de diversões. Logo na entrada, no segundo andar de um antigo edifício, um boneco recebe os visitantes vestido de terno e gravata, chapéu, óculos escuros e uma maleta. Podemos olhar à vontade - e ainda assim fica difícil descobrir onde estão escondidas as micro-câmeras e microfones. Kid Marlom, o proprietário, explica que a Missão Impossível é uma das poucas lojas do Brasil especializadas em equipamentos eletrônicos de serviço de inteligência e contra-inteligência. "Aqui há objetos que não são encontrados em nenhum outro lugar do Brasil", conta Kid, que trabalha há 18 anos com investigação. "Por causa do meu trabalho tive a oportunidade de ter contato com agentes e fabricantes do exterior e também fazer cursos nos Estados Unidos e em Israel, países que se preocupam em ter um serviço de inteligência desenvolvido", diz. Desses dois lugares vem a maior parte dos cerca de 250 objetos que Kid Marlom vende em sua loja na Santa Ifigênia. Jornalistas, equipes de televisão, policiais, profissionais de investigação e até as Forças Armadas estão entre os seus clientes. "Muitos vêm aqui procurando por projetos específicos, então nós conversamos e, se for viável, eu os desenvolvo", explica Kid, que parece ter uma imaginação sem limites. "Um episódio curioso foi quando me pediram uma caixa de sabão OMO com micro-câmeras de transmissão embutidas. Aqui é onde me divirto", comenta, bem humorado. Além de micro-equipamentos para áudio e vídeo, como grampos para telefone, canetas com microfones embutidos, bloqueadores de celulares e câmeras embutidas em Páginas Amarelas, maços de cigarros, gravatas, óculos de sol, bolsas, agendas e até botões de casaco, por exemplo, é possível encontrar um monóculo que possibilita a visão no escuro, desenvolvido com tecnologia russa. Alguns objetos são feitos para combater a espionagem, como o equipamento de criptofonia, que codifica a conversa entre dois aparelhos de telefone. Os preços podem variar de 120 reais - o custo de um gravador para linha telefônica - a 10 mil dólares - o equipamento de transmissão de som e imagem dentro de uma mala estilo 007. Mas engana-se quem pensa que comprar um objeto desses é tarefa fácil. Para fazer uso de um grampo, por exemplo, é preciso ter um mandado judicial. "Sempre converso com o cliente e procuro saber para quê ele precisa do equipamento", diz Kid Marlom. O investigador acredita que muitos desses objetos, se forem bem empregados, podem ajudar a combater crimes. "Nossa polícia está tentando se atualizar", diz. E conta ainda que vem coisa muito mais elaborada por aí: "uma empresa inglesa está desenvolvendo um microchip subcutâneo que funciona como um rastreador via satélite, o que pode ser útil no combate a seqüestros." Caso você se interesse em bater um papo, o nome dele é Marlom. Kid Marlom. (02/08/02) Serviço:
Missão Impossível
Rua Santa Ifigênia, 176
Tel. 3313-6522
www.missaoimpossivel.com.br

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