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Para reviver um pouquinho do Centro visto pelos seus personagens.

06/12/2025 26.28 ºC, São Paulo

O que que o Ceará tem

Cheguei ao Ceará por motivos profissionais, ser jurada num festival de cinema brasileiro. Peguei minha chave no hotel e subi para o quarto. Ainda meio perdida, abri a lista telefônica (sempre tem dicas úteis, já leu as de São Paulo?) e procurei sugestões turísticas do que era imperdível em Fortaleza. Praias e mais praias depois, sorri ao ver uma igreja da Sé próxima a uma Rua Duque de Caxias. Parece que Centro é Centro em qualquer lugar. Saí para andar pela rua no tradicional estilo viajante andarilho. Do hotel até a região central deu uma hora de caminhada, mais ou menos. Logo avistei o Mercadão Central, cheio de bugigangas e delícias do Ceará (um bombom de cupuaçu que não há igual), mas também uma bagunça só. Claro, sem caos não haveria Centro. Logo em frente, majestosa, a Catedral da Sé, com vitrais lindos de cor escarlate. A rua adiante não poderia ter nome mais apropriado: do Rosário. Parodiando Dorival Caymmi, Fortaleza tem cajá, tem dendê, “tem graça como ninguém”. Anda mais um pouquinho e você vai dar de cara com a 25 de Março cearense. Não tem o comércio da sua xará paulistana, porque por lá tudo é muito mais tranquilo. Praia, sol e água-de-coco, já ouviu falar? O turismo tem mais que isso: o artesanato, as rendas, a cachaça, a graviola. Iracema, a Casa de José de Alencar, o bar pra-gringo-ver Pirata, quadrilhas e forrós de animar qualquer pé-de-chumbo pó-de-arroz paulista. Só não tinha em Fortaleza a garoa de São Paulo, mas dela não senti falta. (02/08/02)

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