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Para reviver um pouquinho do Centro visto pelos seus personagens.

06/12/2025 26.28 ºC, São Paulo

Conhecendo o Centro dos nossos avós

Quem acha que livro de fotografia serve apenas para colocar em cima da mesinha da sala vai se surpreender com “Cenas Urbanas”, de Hildegard Rosenthal, e, provavelmente, até mudar de idéia. Muito mais que um mero objeto de decoração, ele se transforma em um livro de História à medida que retrata a São Paulo da década de 40. Costumes, arquiteturas, hábitos, humores, modas e tipos humanos foram registrados pelas lentes da fotógrafa alemã que veio ao Brasil em 1937, fugindo da guerra na Europa. Logo que chega em São Paulo, Hildegard consegue um emprego num laboratório fotográfico na Rua São Bento. Começa então a freqüentar o Centro da cidade e a se apaixonar pela área. Relação que, diga-se de passagem, duraria quase duas décadas. Enquanto trabalhava como fotógrafa profissional para revistas ao redor do mundo ou para jornais como O Estado de S. Paulo, ela não deixou de fotografar o Centro. O que a atraía era o movimento incessante da região, com seus bondes elétricos e grandes edifícios sendo construídos em toda esquina. Uma época que, não fosse pelos registros de Hildegard e de outros fotógrafos, ficaria perdida na memória. É lógico que é possível aprender como nasceu a tradição do Largo do Arouche em vender flores e até mesmo ter uma idéia de como eram seus mercados. Mas somente pela fotografia é possível vê-los, conhecer seus detalhes e até sentir o clima da época. De que outra maneira saberíamos como era o uniforme das alunas do Colégio Caetano de Campos senão pelas lentes atentas de Hildegard? E é observando o florista do Arouche e as meninas na saída da escola que percebemos que a grande paixão de Hildegard não eram os edifícios ou monumentos famosos, mas sim os tipos humanos. Cidadãos comuns em suas tarefas cotidianas são o tema preferido da fotógrafa. Ela não tinha intenção de que suas fotos virassem cartões-postais, queria era registrar como era o leiteiro ou uma feirante do Mercado Municipal em 1940. E conseguiu. Mesmo passados mais de dez anos de sua morte (em 16/9/90), o legado de Hildegard Rosenthal continua presente na memória paulistana. Para os jovens, observar suas fotos é aprender como era e em que ritmo vivia a São Paulo dos anos 40. Para quem viveu é época é relembrar a metrópole de meio século atrás. Cenas Urbanas
De: Hildegard Rosenthal
Publicado pelo Instituto Moreira Sales

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