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Para reviver um pouquinho do Centro visto pelos seus personagens.

06/12/2025 23.63 ºC, São Paulo

Lugar de hip hop é na rua

Mudanças positivas na sociedade, denúncia das injustiças sociais. Nascido na periferia de Nova York na década de 70, o hip hop é um movimento urbano que encontra diferentes formas de expressão na dança (break), na arte do grafite, na rima e no improviso dos MCs e na habilidade dos DJs. Uma década depois, o hip hop chegou ao Brasil para se instalar nas periferias das grandes cidades. Em São Paulo, a Rádio Difusora era a única a tocar black music, no final dos anos 70. Localizada no Sumaré, bairro da zona oeste paulistana, a rádio atraía a maior parte dos b-boys - como são chamados os dançarinos do break, que engloba movimentos acrobáticos, artes marciais, sapateado e capoeira, ao som de breakbeat e eletrofunk - da cidade. Mais tarde, os adeptos do movimento - com visual black power ou mais parecidos com Michael Jackson, em "Thriller" - acabaram fazendo da Rua 24 de Maio, no Centro da cidade, o seu ponto de encontro. Isso fez com que a força do movimento - nascido e crescido nas ruas - permanecesse e frutificasse. Rap, pop e samba deram forma ao hip hop nacional. Grupos de rap conquistaram fãs de outras "tribos" e alcançaram o mainstream, fazendo do movimento algo mais acessível às massas. Este ano, além da Rua Fidalga, na Vila Madalena, outros três pontos-chave do Centro viraram palco de apresentações de hip hop que acontecem durante o mês de maio. Graças a uma iniciativa da Coordenadoria Especial da Juventude da Prefeitura de São Paulo, com patrocínio da Red Bull (marca de bebida energética), amostras do movimento podem ser vistas gratuitamente na Praça Roosevelt, no Largo São Francisco e no Largo São Bento. Além de DJs já consagrados, é possível conferir a habilidade dos b-boys do grupo Guetto Freak, o grafite de Speto e o improviso de MCs como o rapper e jornalista Paulo Napoli - que tem, com o DJ Nuts, o grupo Nitro. DJ Nuts, paulistano da Saúde, na zona sul, é um dos participantes do projeto. Para ele, é importante que o hip hop volte às ruas do Centro. "Existia uma cultura de freqüentar o Centro todo sábado pra trocar informações e encontrar pessoas do Brasil inteiro. Hoje em dia parece que isso está meio perdido. Eu ainda continuo passando por lá, para procurar disco", diz. Para Nuts, a cena hip hop de São Paulo merece ser divulgada a partir do momento em que são feitos trabalhos legais. "Se for um trabalho inteligente, tem de aparecer. Senão, não há motivo." (21/05/2002) Serviço:
Projeto Red Bull Hip Hop Rua
Dia 26 de maio, domingo, no Largo São Bento
Horário: das 15h às 20h
Grátis

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