Na casa da Susi
“As elementas invadiram a casa da Susi”, assim começava o flyer da noite de estréia de Bruna Monteiro de Barros e Claudia Assef na Susi in Transe, clube inaugurado em 21 de março na Rua Vitória.

Antes disso, as DJs-jornalistas davam som no bar Stardust, na Vila Madalena. “Tivemos um problema na nossa casa anterior, que serviu para mostrar que era a hora de mudar. Precisávamos de um clube mesmo, não um bar, como era lá”, conta Bruna. “E virou um esquema profissional mesmo, com equipamento próprio e uma boa pista. Na Susi tem o que a gente procurava: uma mini-Lôca, um inferninho para a nossa festa Ambiance”, completa Claudia.
Ambiance quer dizer ambiente, em francês, língua de onde saem as grandes apostas do som de Claudia. “O ambiente domina, está tudo interligado. É som, clima, pista, público, festa, vibe. Tudo!”, diz Claudia.
A noite, quinzenal, já pegou. Inaugurada na quarta do dia 17 de abril, a balada ganhou a noite nobre das quintas-feiras. Claudia explica o sucesso: “Teve uma boa vibe, o staff é ‘superdobem’ - destaque para o barman Lelo -, a decoração é divertida, cheia de bonecas Susi pelo teto em posições, digamos, interessantes... É o underground que buscamos, sem ser pesado”.
Elas apostam no inusitado do Centro. “Quem não é da noite pensa que o circuito é só Vila Olímpia-Vila Madalena-Itaim. O Centro não é uma coisa óbvia. É a nossa cara: meio trash, meio under, meio gay. As pessoas descoladas acham o máximo”, diz Claudia.
A história da invenção da Susi também combina. Os donos eram dogueiros da boate Sra. Kravitz, na Vila. Ganharam dinheiro e resolveram abrir o próprio negócio. “O Centro é bacana. Tá meio largado, mas tem muita coisa legal escondida. Não pode ter medo de vir ao Centro. A gente trabalha na boca da cracolândia. Aqui funciona assim: é só perder o estigma que a coisa muda”, diz Bruna.
O som normalmente começa com a Claudia comandando as pick-ups. “Ela pega mais pesado, vai mais no house e no tech-house”, compara Bruna. Depois vem o convidado da noite. “E aí o som da Bruna cai mais pro tecno mesmo”, diz Claudia, que volta no final da noite com um som “bagaceira”.
Mas peralá? O que que é “bagaceira”?
“É anos 80, baú pop, Michael Jackson e Madonna das antigas, muito ‘Flashdance’”, explica Claudia.
E o que vai rolar na próxima noite?
“Chegando lá a gente vê o que rola”, diz Bruna. E não é só isso. No dia 9 de maio, a Ambiance convidou o DJ Renato Cohen para fazer um frila nas pick-ups. No dia 23, foi a vez de Anderson Noise. Marcão Morcerf assume a responsa no dia 6 de junho. “É um espaço para os amigos. Por exemplo, na estréia teve o Camilo Rocha, mas ele não fez o set que ele faz por aí. Ele tocou o que quis, sem se preocupar. É onde as pessoas podem experimentar coisas novas, sem medo.” “É isso aí, se a gente quiser tocar música bagaceira, vai rolar, sabe?”, arremata Bruna.
As garotas superpoderosas ainda têm pique para sair nos outros dias da semana. “O Centro mesmo tem outros lugares legais, como o Next, que ainda é pouco divulgado e falta pegar, e o Uranus, que investe mais no electro. Também recomendo a balada de domingo do Blue Space: é o melhor show de drags da cidade”, sugere Claudia.
Serviço:
Susi in Transe
R. Vitória, 810, Santa Ifigênia, tel. 3337-1915
250 lugares
Horários: às quintas e sextas, das 23h às 7h; sábados, 24 horas; e domingos, das 18h30 às 23h30
Preço: R$ 5 (entrada) ou R$ 10 (consumação)