Flash news

Para reviver um pouquinho do Centro visto pelos seus personagens.

06/12/2025 24.02 ºC, São Paulo

Kung Fu e fábrica de quimonos

No último domingo, 14 de abril, alguns membros do Instituto Gato de Kung Fu resolveram se reunir no Jardim da Luz para treinarem para o campeonato regional que se realizaria dali a exatas duas semanas. “Estamos acostumados a treinar no tatame, mas a arte marcial nasceu no contato com a natureza”, explica o Mestre Walter Guerreiro, praticante de kung fu há 27 anos e que está na faixa preta 4º thuan (grau) – numa escala que vai ate o 10º grau. “Então é importante retornar às origens de vez em quando para que a arte não se perca.” Apesar disso, segundo Guerreiro, a prática em parques não é freqüente. “Treinamos em parques quando estamos próximos de uma competição ou quando dá certo de a gente se encontrar”, diz. “Geralmente fazemos isso de domingo, dia em que as pessoas gostam de ficar com a família, sair com namorado ou namorada, passear, descansar, então nem sempre conseguimos reunir as pessoas para virem”, diz ele. Mas os treinos no Jardim da Luz fizeram sucesso com o público. Havia se passado pouco mais de meia hora do momento em que começaram e já havia uma platéia acompanhando os movimentos e, vez ou outra, alguém tentava imitar. Guerreiro nunca havia levado os alunos ao local, mas já foi lá treinar sozinho algumas vezes. “Resolvemos vir aqui porque alguns alunos são da Zona Norte, outros de Guarulhos (município da Grande São Paulo, próximo à Zona Leste). Este parque fica mais ou menos no meio do caminho para todo mundo.” O interesse de Mestre Walter Guerreiro pelo kung fu começou na década de 70, quando Bruce Lee surgiu nas telas de cinema como um ícone da arte marcial. “Também tinha aquele negócio de brigas em bailinhos, entre turmas de ruas diferentes. Eu não queria apanhar”, conta. “Depois que comecei a praticar kung fu, as pessoas pararam de brigar comigo”, ri. Além de atuar como instrutor de kung fu, Guerreiro é proprietário de uma fábrica de quimonos e outros acessórios para a prática de artes marciais, como sapatilhas. “Eu tinha uma confecção de moda feminina e aproveitava para fazer quimonos para os amigos e conhecidos que pediam”, conta. Mas chegou uma hora em que ele sentiu o peso da concorrencia na confecção de moda feminina e resolveu fabricar só os quimonos. A idéia deu certo. “Já estou há nove anos nessa área.” (18/04/2002)

Tags Trending TrendingTrendingTrendingTrending