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Para reviver um pouquinho do Centro visto pelos seus personagens.

06/12/2025 26.28 ºC, São Paulo

Cenário propício para filme policial

A boate Cocktail, na Nestor Pestana, foi o ponto de partida para Remo Bellini na investigação do desaparecimento de uma dançarina da casa. Quem solicitou o trabalho foi Dr. Rafidjean, médico famoso de família rica e tradicional que era cliente da tal dançarina. Saída do romance “Bellini e a Esfinge”, escrito pelo guitarrista dos Titãs Toni Bellotto, a narrativa foi transformada em imagens pelo diretor Roberto Santucci. O filme tem muitas locações no Centro da cidade, como o Largo do Arouche, a Igreja da Consolação, o Edifício Martinelli - onde fica o escritório de investigação - e o Copan– onde o detetive Bellini mora. "A noite paulistana, especialmente no Centro, proporciona uma atmosfera interessante para um filme policial”, diz Santucci, que é carioca. “Descobrir os elementos da noite da cidade e transportá-los para a tela do cinema foi a parte mais legal de realizar esse trabalho.” A equipe de Santucci pesquisou diversas boates no Centro para servirem como o local onde trabalhava a atriz desaparecida, mas foi na Cocktail que, segundo o diretor, encontraram todos os elementos que precisavam. “Queríamos um local com bastante espaço, muitos espelhos e muita luz. Até encontramos outros lugares que ofereciam as mesmas condições, mas só se interessaram mesmo quando descobriram que a Malu Mader iria participar. A essa altura, já havíamos nos decidido.” O filme mostra personagens que realmente fazem parte da “fauna noturna” do Centro, como os michês e as prostitutas. Quanto aos atores principais, inicialmente estavam escalados Felipe Camargo e Carolina Ferraz para atuarem, respectivamente, como Bellini e Fátima – a prostituta que trabalha na Cocktail e acaba se dispondo a ajudar o detetive na resolução do caso. Mas, por causa de compromissos profissionais de ambos, eles foram substituídos por Fábio Assunção e Malu Mader – que, aliás, arrancam suspiros até mesmo dos que não são muito fãs. A fotografia caprichadíssima dá às cenas feitas da cidade um ar de cartão-postal para qualquer um se apaixonar. As mais lindas são as do sol nascendo, feitas do alto de prédios. É um filme que proporciona muito suspense, provoca risos e até surpreende o espectador. Ao contrário do que muitos críticos andam dizendo, vale a pena conferir. Preste atenção também à trilha sonora muito bem construída pelo próprio Bellotto em conjunto com o baterista dos Titãs, Charles Gavin, o guitarrista do Sepultura Andréas Kisser e o músico Eduardo Queiroz, responsável pela orquestração. (13/03/2002)

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