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Para reviver um pouquinho do Centro visto pelos seus personagens.

06/12/2025 26.28 ºC, São Paulo

Sem lugar para Pierrôs e Colombinas

Eles deram uma fugida na hora do almoço da sexta-feira pra ir comprar fantasias para uma festa pré-Carnaval. No entra-e-sai das lojas da Ladeira Porto Geral, Regiany Bim Gurati voltou com uma roupa de Jennie É um Gênio, Osmar Luís da Silva comprou os trajes típicos de Fred Flintstone, Teresa Santos se encantou com uma peruca colorida e Danielle Suzuki levou máscaras para Os Irmãos Metralha – encomendas de outros amigos. Segundo os vendedores, os trajes mais vendidos neste ano são de árabe, mas pelo que eles encontraram nas lojas parece que todas as opções do catálogo de fantasias estão vendendo muito bem.

“Em vez daquilo que as pessoas costumam dizer, que brasileiro deixa tudo para última hora e mesmo estando a dez dias do Carnaval, não encontramos muitas coisas que estávamos procurando, ou seja, o povo já passou por aqui”, diz Regiany. Pelo jeito, a turma é que deixou pro último dia – a festa que eles foram aconteceu no sábado. Eles levaram um pouco mais de uma hora para fazer as compras. Mas, mais que uma sessão de compras, foi uma experiência sociológica. “Foi a loucura que eu esperava mesmo, e só me surpreendi com a quantidade de pessoas nem tão populares assim nas lojas e com os preços idem”, conta Teresa Santos, jornalista. Ela acha que se aquela região se tornasse um calçadão haveria mais segurança e tranqüilidade. “Além de perigoso, é intransitável, porque há carros e pessoas no mesmo lugar. Mas não sei se seria possível urbanisticamente”, opina. “Eu gosto muito de ir ao Centro e sempre que posso eu vou, mas, se for comparar a situação atual com a época quando era menina, hoje infelizmente as ruas fedem e as barracas tornam qualquer passeio um exercício de paciência, fora o descaso com os próprios prédios que estão mais pichados do que pintados e assim escondem a beleza arquitetônica daquela região”, lamenta Teresa. Embora Osmar não goste do Centro e garanta que procura ao máximo evitar o local, dessa vez ele se rendeu ao convite das amigas. Saiu satisfeito com os R$ 25 gastos na roupa e no tacape de Fred Flintstone. Para alugar a fantasia seria mais ou menos o mesmo valor, só que no dia seguinte ele teria que devolver a peça. Danielle também foi e constantemente vai à 25 de março para economizar. Ela costuma ir um domingo por mês para fazer umas comprinhas. “Quando começou a abrir aos domingos era bem tranqüilo. Mas agora está quase como um dia normal, como hoje”, conta. Regiany também concorda que os preços valem a pena. “Na verdade a gente encontra tudo mais barato, é só ter disposição de andar, de suar”, amarra. Se você ainda não foi lá e está planejando ir, siga o conselho dessa galera: leve muita paciência e disposição. Só não precisa de muito dinheiro. Tem acessórios para todos os gostos e bolsos. Já as fantasias completas custam um pouco mais. (05/02/2002)

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