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Para reviver um pouquinho do Centro visto pelos seus personagens.

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Barulho e arte na Mesbla

A Galeria do Rock ganha um novo vizinho: uma filial do Sesc, na esquina da Rua 24 de Maio com a Dom José de Barros. O edifício, de 13 andares e um subsolo, já foi loja de departamentos da Mesbla e agora vira unidade de lazer e cultura. Ao custo de R$ 6 milhões, o prédio deve começar a reforma no ano que vem, num projeto desenvolvido pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha. “Nossa proposta é acabar com o toque elitista da região e agregar mais pessoas”, diz Danilo Santos de Miranda, diretor-regional do Sesc. E continua: “O Centro é maravilhoso, tem um passado e uma história importantíssimos e revela uma intenção de juntar estilos diferentes e tendências culturais”. Miranda acha que a volta ao Centro é inevitável. “Tem que voltar, agora buscando mais razão e menos sofreguidão, menos voracidade e mais memória.” Para ele, há que se pensar qual a vocação do Centro. “Já há estudos de planejamento urbano. O Centro precisa se ocupado urbanamente, com cultura e serviços, para haver uma valorização do espaço. Por isso propusemos a instalação de uma unidade do Sesc na região”, afirma o diretor. A infra-estrutura já está criada, agora é botar a mão na massa. Miranda diz que a filial deve ficar pronta em três anos. Enquanto isso, o público pode conhecer o espaço durante a Mostra Internacional Sesc de Dança. Para a 24 de Maio, foi pensado um “Laboratório de Performances”, com entrada gratuita, para todos poderem participar. “Quisemos respeitar o uso atual do prédio --para anúncio de emprego-- como forma de experimentação de linguagem, interagindo com os vendedores ambulantes e com o ambiente”, diz Miranda. Vai ser a vez e a voz do povo. “São Paulo é muito grande. Faltam espaços culturais ainda. Sem o risco de determinar ou excluir outras propostas, fizemos a nossa. Esporte e cultura fazem barulho, mas também dinamizam o uso da área.” A programação do novo Sesc deve ser diferenciada: “Ainda estamos planejando, mas devemos dialogar com a Galeria do Rock”, adianta. Até a escolha final do edifício --“queríamos um ícone, com visibilidade e boa circulação de pessoas”--, Danilo Santos de Miranda estudou outras possibilidades. Durante vários “namoros”, ele diz ter descoberto “jóias” magníficas pela cidade. “No Edifício Califórnia, há colunas desenhadas por Oscar Niemeyer, tão bonitas quanto o Copan. Mas ninguém conhece, porque as lojas usam para pendurar suas propagandas”, conta. Em tom de segredo, o diretor-regional anuncia uma novidade. O Sesc 24 de Maio deve ter um “irmãozinho”: o Sesc Campos Elíseos, na esquina da Dino Bueno com a Alameda Nothmann. O Centro só tem a ganhar. (30/10/2001)

Serviço:
Laboratório de Performances
Horário: de segunda a sexta, das 11h às 17h, e aos sábados, das 9h às 13h.
Rua 24 de Maio, esquina com rua Conselheiro Crispiniano, tel. 0800-118220.
Entrada franca.
Site: www.sescsp.com.br

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