Festa poliglota no Bom Retiro

No início, o bairro era chamado de Bom Retiro porque sediava chácaras para retiros nos finais de semana. No século 19 mudou de cara, ganhando caráter comercial no mercado da moda e de local de abrigo para imigrantes. Esses dois pilares acabaram se transformando em tradição e, hoje, aos 118 anos, conservou tais características, aparentes mesmo em sua festa de aniversário. O evento reuniu as diversas comunidades que vivem na região: coreanos, gregos, italianos, israelitas, bolivianos e brasileiros, é claro, puderam festejar a integração dos povos, uma realidade antiga e que é a cara de São Paulo. Apesar da data oficial de aniversário ser comemorada todo 10 de outubro, a programação da festa foi dividida em três finais de semana, com abertura no dia 4 e encerramento no domindo, dia 21. Um palco foi montado no Parque da Luz, onde se apresentaram as orquestras Paulistana de Viola Caipira, Chorando por Aí, Coral das Mães Coreanas, Banda da Polícia Militar, grupos de dança flamenca, música boliviana, danças típicas gregas, Coral Tradição do Instituto Cultural Israelita, entre outros. "Nunca vi o parque tão cheio de coisas para ver como neste final de semana. A Apresentação da banda da PM foi muito emocionante", conta Solange Castro. Além de apresentações culturais, o público pôde aproveitar o domingo ensolarado de encerramento para tomar alguns cuidados com o corpo e a saúde. A equipe Shiatsu Shiozawa esteve lá com trabalho voluntário de atendimento e a professora Eliana Veridiano subiu no palco para comandar uma aula de ginástica e alongamento. Uma exposição de roupas trazidas pela escola Senai e desenhos feitos por alunos coreanos foram apresentados em tendas. "Além de todas essas outras apresentações de diferentes nacionalidades, cerca de 900 crianças coreanas participaram de um concurso de desenhos. O dois vencedores receberam computadores", conta Fernando Domingos de Aquino Pereira, administrador do Parque da Luz. O evento foi organizado pela Câmara de Dirigentes Lojistas do Bom Retiro e contou com o apoio da Apetenat Malharia, Bradesco, CPTM, Eletropaulo, Jornais do Bairro, Revista do Bairro, Sociedade Amigos do Bairro, Senai e Universidade Livre de Música. (30/10/2001)