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Para reviver um pouquinho do Centro visto pelos seus personagens.

06/12/2025 25.35 ºC, São Paulo

Disparos por todo o Centro

Pareceu praga do Sampacentro. A chuva de fotos para o projeto Foto São Paulo, que aconteceu nos dias 15 e 16 de setembro, pedida por nosso site se transformou em chuva literal. Choveu muito. Até as sete horas da manhã, para ser mais exata. Iatã Cannabrava, um dos coordenadores do "arrastão fotográfico" pelo Centro, como ele definiu, estava acompanhando os pingos d’água bem de perto. Hospedado no Hotel Piratininga, em frente à Estação Júlio Prestes, ele ficou acordado a noite toda, preocupado. "Quem pode dormir com esse barulho de chuva", disse, mais tarde, já com um sorriso no rosto porque saía um solzinho. "Tem que pedir a Santa Clara para parar de chover", setenciou dona Débora, mãe de Cannabrava. "Já pensou toda essa gente aqui cantando as rimas para a santa." O evento reuniu, nos dois dias, mais de 2.000 pessoas. Por volta das 9h30, foi feita a foto oficial de lançamento do projeto. Na verdade, foram muitos cliques oficiais. "Fizemos em digital, em grande angular, em polaróide, em teleobjetiva, teve de tudo. É isso que é evento de fotógrafo", conta Cannabrava. Pontinhos amarelos por todos os lados -- Quem fez a inscrição ganhou, além de um guia de lugares interessantes para almoçar na região, um colete de identificação, amarelo e com o logo do projeto na frente. Apesar dos casacos e capas de chuva, fotógrafos profissionais e amadores "vestiram a camisa" e encheram o Centro de cores, disparando cliques nos mais inusitados ângulos e direções. Teve até gente descendo a torre do relógio da estação de rapel. O grupo São Paulo nas Alturas levou todo o equipamento para "rapelar" a Júlio Prestes. "Faltou a máquina fotográfica, mas já mandamos alguém lá buscar. Vai dar tempo de trazer", disse Ivan Santos Ribeiro. "Lá do alto dá para ver quase toda cidade. Se não fossem os prédios..." Ao lado, um grupo estranho batia papo: eram os homens-caixa. Sim, vestidos com papelão recortado, a primeira turma de formandos do único curso de fotografia na América do Sul --do Senac-- debatia o percurso a ser feito. Eric Rahal, o coordenador da turma, contou que trouxe a idéia de Boston (EUA). "Participei de um evento lá e a participação popular foi muito legal. Então resolvemos trazer para o Foto São Paulo." A matéria-prima foi conseguida com catadores de papel do Minhocão. "Foi difícil, porque eles amassam ou cortam as caixas e depois molham, para ficar mais pesada na hora de vender. Tive de pedir caixotes grandes, secos e inteiros. Mas o pessoal colaborou bem." Enquanto ele falava, um "colega-catador-de-papel" chegou junto para garantir a féria do dia. Levou tudo o que tinha sobrado. "Assim não deixamos nem lixo", brincou Rahal. "Quero agradecer aos bombeiros, que ajudaram na produção disso tudo", anunciou um diplomático Iatã Cannabrava. Baixinho, revelou: "Eles trouxeram duas escadas. Eu tinha pedido uma Magirus, mas confundi com aquela que têm um cestinho para subir. Eles foram muito prestativos". Atravessa a rua o secretário de Cultura do Estado, Marcos Mendonça. Político, já viu, logo subiu no palanque para discursar. Quis voltar aos tempos da faculdade, no Largo São Francisco, e fotografar os arredores. "E o Banespa e o Edifício Copan também estão na minha mira. Mas não decidi direito", afirmou. Lá pelas 11h, a trupe toda do projeto subiu no trio elétrico. "Vamos ver por onde andam os grupos e fazer um pouco de festa. Amanhã vou dormir umas 20 horas", finalizou Cannabrava. Os participantes do Foto São Paulo podem mandar suas fotos (no formato 12 X 18 cm) acompanhadas da ficha de envio devidamente preenchida até o dia 5 de outubro para participar da exposição coletiva na Estação da Luz. (25/09/2001) Se você quer colocar sua foto no Sampacentro, entre em contato conosco! meninas@sampacentro.com.br

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