Para reviver um pouquinho do Centro visto pelos seus personagens.
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De volta às origens
Depois de quase quatro anos desativada, a tradicional Feira de Artesanatos está de volta à Praça da República. Apesar da remodelação da praça ter sido prevista para acontecer antes do volta do evento, mais de 800 artesãos voltaram a expor seus produtos aos domingos. “A Feira de Artesanatos está sendo realizada de forma ilegal, mas a sua volta já fazia parte do plano de governo da prefeita Marta Suplicy”, explica João Carlos Vidinha, diretor da divisão de fiscalização da Feira de Artesanatos.
A volta da feira à Praça da República foi, em grande parte, mérito da entidade Espaço Cultural República, criada por um grupo de artistas que sabiam do interesse da prefeitura em resgatar o evento. Entre as medidas planejadas para a atuação da entidade está a administração da política que regerá a feira, a eleição para a escolha de representantes e a oferta de cursos de reciclagem para os artesãos.
Mais de 1200 artesãos estão cadastrados, no entanto, apenas 700 expositores apresentaram condições para trabalhar na feira. Segundo Vidinha, existem muitos ambulantes que se fazem passar por artesãos e que acabam vendendo produtos de baixa qualidade. “Queremos valorizar os trabalhos artesanais, e isso exige uma fiscalização rigorosa em relação à seleção dos artistas”, informa.
História conturbada
Com a venda de selos e moedas foi realizada a primeira edição da Feira da República, em 1955. Criou tradição por acontecer sempre aos domingos, ao longo de 40 anos. Somente em 1997, foi desativada por uma decisão da prefeitura durante a gestão de Celso Pitta.
Depois de sucessivas tentativas de deslocamento dos artesãos, tais como a região da Praça Roosevelt e o Sambódromo, foi criada pela prefeitura a República das Artes, que ocupou o espaço em frente ao Edifício Copan, na Avenida Ipiranga.
“Devido a este histórico conturbado pelo qual passou a Feira das Artes é que pretendemos reorganizar e requalificar o evento. A começar pela reforma da Praça da República, que está buscando parcerias para viabilizar o projeto”, explica Vidinha. (03/09/2001)