Rindo de boca cheia
Logo na entrada, um gatinho sorridente dá as boas-vindas a quem chega. Depois, um simpático senhor te leva até a mesa e um garçom com cara de avô bonzinho traz o cardápio. Desse jeito, não é difícil se sentir bem no “Gato Que Ri”, ainda mais com o couvert delicioso que chega em seguida.

O restaurante já faz parte da história do Largo do Arouche e do Centro. Foi inaugurado em 1951 pela italiana Amélia Mazotti Montanari, que chegou de Veneza decidida a abrir um negócio na cidade.
Com experiência em culinária, ela logo se decidiu por montar um restaurante e comprou um terreno em um lugar pouco movimentado da cidade. Amigos tentaram fazê-la mudar de idéia, já que o local ainda guardava os aspectos da fazenda que até pouco tempo existia ali. Mas foi em vão, Amélia estava decidida.
Com uma foto de um gato que trazia na bolsa e habilidade para criar massas pouco conhecidas dos brasileiros, ela fundou o “Gato que Ri” e em pouco tempo conquistou os paulistanos e conseguiu uma clientela fiel.
Muitas das características que marcaram o restaurante na década de 50 foram mantidas até hoje. As receitas, por exemplo, ainda seguem os “conselhos” de D. Amélia. Prova disso é a tradicionalíssima lasanha verde. O ambiente rústico e aconchegante também perdura mesmo depois de uma grande reforma em 1999.
Mas talvez a maior tradição do “Gato” sejam seus funcionários. Eles têm dez, vinte, trinta anos de casa! Pedro Paez trabalha como garçom desde 1956. Seus amigos costumam brincar dizendo que ele chegou aqui poucos meses depois de Cabral!
Para ele, o Centro é sua segunda casa. “Agora mais do que nunca porque tá cada vez mais seguro, cheio de policiais e tal”, afirma. Pedro conta que já é amigo de muitos clientes e já sabe o prato preferido de muitos deles. Ele conta que depois da reforma a clientela mudou um pouco. “Antes o povo chegava a pé, agora, é fácil ver Mercedes estacionando aí na porta”, diz ele se divertindo.
Depois de comer uma das deliciosas heranças de D. Amélia (cannelloni, cappelletti, ravioli, rondeli, spaghetti, tagliarini, fusilli, pizza, salada, carnes...), mais uma agradável surpresa: o preço. A média dos pratos – generosos – no “Gato Que Ri” é de 20 reais. E na saída, o sorriso estampado no gato passa para a cara do cliente.
Serviço
Gato que Ri
Aberto todos os dias, das 11h à meia-noite
Largo do Arouche, 37/41
Tel. 221-2699 ou 220-0089