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Para reviver um pouquinho do Centro visto pelos seus personagens.

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Por mais festa e menos protestos

No último domingo, dia 17 de junho, por volta das 18h, a Praça da República foi tomada pelas 200 mil pessoas e pelos 12 carros que participaram da V Parada do Orgulho GLBT (gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros), organizada pela Associação da Parada do Orgulho GLBT. Era o show de encerramento que fez parte do evento, com artistas como Edson Cordeiro, Laura Finocchiaro e Elza Soares, que também cantaram durante a Parada. O evento começou na Paulista, às 15h, com a abertura da prefeita Marta Suplicy, que em sua campanha de 2000 demonstrou abertamente seu apoio à comunidade GLTB. A cor do arco-íris - símbolo da comunidade - estava em bandeiras, arcos feitos de bexigas, camisetas e janelas de muitas casas por onde a manifestação passou. De algumas janelas também caiam papéis picados, como demonstração de apoio à manifestação. A alegria que dava o tom da festa era demonstrada nos gestos, no rosto das pessoas e nas fantasias - trabalhadas ou improvisadas -, com temas diversos: Mulher Maravilha, Os Simpsons, 101 Dálmatas, gatos, anjos, diabinhos e até o Apagão. Ao som de ícones como Madonna e Culture Club, pessoas de 8 a 80 - literalmente - dançaram durante a caminhada de 4 Km. Quando o movimento chegava à Consolação, a comediante Vera Verão dava as caras no meio do povo, afobada, e não conseguiu evitar fotógrafos e assédio de fãs enquanto andava apressada para o meio da multidão. Outras personalidades, como Leão Lobo, Feiticeira e Vange Leonel também estavam presentes. A primeira edição da Parada do Orgulho GLTB, em São Paulo, aconteceu em 1997, com 2 mil pessoas. O evento é um instrumento para chamar a atenção da sociedade para questões sérias enfrentadas por homossexuais, como a violência gerada pelo preconceito e o fato de não terem direito a uma parceria civil. A Parceria Civil Registrada (PCR) garantiria aos casais homossexuais os mesmos direitos que casais heterossexuais - como herança e patrimônio no caso de morte do parceiro. "Há casos de casais homossexuais nos quais, se um dos parceiros morrer, o outro não tem direito a nada, mesmo que tenham vivido juntos durante anos e construído um patrimônio", explica Davi Araújo, voluntário da Associação e um dos coordenadores da Parada. "Esperamos que a sociedade chegue a um nível de consciência que a Parada passe a ser só mais uma festa, e não mais um instrumento de protesto contra o preconceito", diz Davi. O site da Associação é www.paradasp.org.br. (24/06/2001)

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