Demolindo o Municipal!
Por Mariana Della Barba
Era um sábado de manhã. O sol forte queimava minha cabeça e as olheiras negras saltavam do meu rosto – acordei bem cedo. E por obra do destino – e de um editor que bolou um pauta muito louca –, lá estava eu nas escadas do Teatro Municipal, às nove da matina, com um pacote nos braços. Não, não era uma mochila de viagem, uma bolsa modernosa nem uma sacola de compras. Era um saco de plástico preto (daqueles pra lixo, sabe?) que cobria um tal boneco vermelho de mais de meio metro com pose de super-herói.

Os velhinhos que liam seus jornais, sossegados na escadaria, as mulheres apressadas, os camelôs curiosos – todos atônitos e confusos – tentavam descobrir o que se passava no local. Era o Super-Homem ou o Homem-Aranha com apenas metade do uniforme? Não, era o Demolidor, um personagem clássico dos quadrinhos da Marvel que teve seu auge nas mãos do escritor Frank Miller, na década de 80.