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Para reviver um pouquinho do Centro visto pelos seus personagens.

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Classe em nostalgia

Entrar no Green Express pode ser complicado na primeira vez, quando a pergunta básica é: "onde fica a bilheteria?" Um buraco feito na parede, na altura dos olhos, com espaço para colocarmos o dinheiro, já é o suficiente. Mas o que pode asssustar na entrada é o contrário do que acontece do lado de dentro: o clima é de amizade e pura confraternização. A impressão que se tem é a de estar envolto em uma névoa de "nostalgia". O que significa "saudades" no dicionário vira lei no Green Express. Ao som de "Como", de Luiz Wagner, e "Coleção", do cantor Cassiano, Sérgio está concentrado, dançando no canto da pista. Em cima da mesa próxima, cervejas em lata e uma porção de calabresa, a mais pedida. É sexta-feira e o baile está lotado. Para entrar na "Mistura Fina - A classe em nostalgia", nome da festa impresso no convite, todos pagam 15 reais. É complicado calcular a média de idade dos frequentadores, o público é bastante variado. Mas é normal encontrar casais na faixa dos 50/60 anos apavorando nos passos de samba-rock. Sérgio veio com a mãe e a vizinha. "Minha mãe se separou do meu pai recentemente, está meio carente... Mas a vida continua, né?" Morador da rua Gravataí, próxima à Caio Prado, também no Centro, o moço não dispensa um bom baile toda semana. "Aqui no Green eu já tinha vindo algumas vezes, a música é muito boa, as bandas são legais. Também gosto do Carioca Club, que fica na Cardeal Arcoverde", conta. "Você já foi?" Quatro e meia da manhã e o salão ainda está cheio. O cantor Bebeto e a banda Clube do Balanço agitam os pares lá atrás e na fila do gargarejo as meninas não deixam de cantar junto um só refrão das músicas de Jorge Ben. Rumamos em direção à saída. O medo da bilheteria foi esquecido. Com os flyers na mão que levamos de lembrança, fica o sabor de nostalgia. E a vontade de voltar para outros bailes... (11/05/2001)

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