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Para reviver um pouquinho do Centro visto pelos seus personagens.

06/12/2025 26.28 ºC, São Paulo

Centro Cultural Banco do Brasil

Em 1901, o número 112 da Rua Álvares Penteado, na esquina da Rua da Quitanda, via florescer a Belle Époque paulistana. Misturando os estilos neoclássico e o art nouveau, a partir de 1927, o prédio abrigou a primeira agência do Banco do Brasil no Estado de São Paulo, após um projeto de reforma do Escriptório Téchnico Hippolyto Gustavo Pujol Jr. Em torno da construção, se instalou a "Wall Street" paulistana, centro das finanças e movimentações dos lucros provenientes do café.

Há cerca de dez anos, surgiu o projeto de reforma e transformação do espaço em centro cultural. Mudanças de governos e trocas de presidente acabaram por atrasar a finalização. Mas, no dia 17 de abril, aconteceu a inauguração oficial, com a presença da atual prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, do vice-prefeito, Hélio Bicudo, do secretário do Estado de Cultura, Marcos Mendonça, e do presidente do Banco do Brasil, Eduardo Augusto de Almeida Guimarães. Ao público, as portas foram abertas às 20h do dia 21 de abril, com o evento "Metro - A Metrópole em Você", que reúne exposições, mostra de cinema, peças, workshops e shows. O edifício reúne, ao todo, 4.183 m2 distribuídos por cinco andares. No subsolo, onde ficava a caixa-forte do banco, agora se transformou em um espaço para exposições e uma galeria. No corredor, em forma de labirinto para que possíveis ladrões não conseguissem se localizar no cofre do banco, foi mantida em exposição uma das paredes originais. O mezanino, antes reservado ao cadastramento de clientes, virou um bistrô para 40 pessoas. No primeiro andar, fica o auditório com capacidade para 40 pessoas e o cinema para 85 pessoas. Há também uma sala de vídeo, com 21 lugares. No segundo andar, antigamente área destinada à contabilidade, se tornou palco de exposições e de viagens pela internet em um pequeno cybercafé. No terceiro andar funciona uma bombonière e o teatro, com 130 lugares. O CCBB está localizado no Centro histórico de São Paulo, na área das Ruas do Triângulo, onde a metrópole então em desenvolvimento lançou seus alicerces. Num passeio a pé, pode-se visitar à direita, o Pátio do Colégio; atrás, o Solar da Marquesa de Santos . E mais: o Mosteiro de São Bento, o Teatro Municipal, a Praça da Sé e o Largo São Francisco.

Curiosidades:

  • A família do conde da Rua Álvares Penteado ajuda a contar um pouco da história da cidade. Antonio Álvares Leite Penteado era um latifundiário excêntrico. Queria industrializar a fazenda. Logo no começo do século, mandou construir um palacete art nouveau em Higienópolis, com projeto assinado pelo arquiteto Carlos Ekman, e o decorou com estátuas, tapetes, vitrais e mármores europeus.
  • Seu filho Sylvio, amigo de Santos Dumont, deixou a cidade embasbacada ao voar de balão em 1908. O outro filho, Armando, deu nome a uma fundação (a Faap).
  • Também do ramo dos Penteado, Olivia Guedes, nos anos 20, abriu os salões de seu palacete, nos Campos Elíseos, para artistas de vanguarda como Tarsila do Amaral, Blaise Cendrars, Mário e Oswald de Andrade, em meio a paredes cheias de telas de Di Cavalcanti, Lasar Segall, Picasso, Léger, Cézanne.
  • Detalhes espalhados pelo prédio do CCBB apresentam alusões a ramos de café, abacaxis e folhas de fumo, que eram os ícones da aristocracia pré-industrial.
  • Os desenhos da cúpula de cobre são de pétalas de rosas.
  • O lustre central é formado por 17 globos de vidro.

    Serviço:
    Centro Cultural Banco do Brasil
    Horário: de terça a domingo, das 12h às 20h
    Rua Álvares Penteado, 112, tel. 3113-3600.
    Próximo ao Metrô São Bento e Anhangabaú
    Saiba mais sobre a programação no site www.cultura-e.com.br

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