Centro Cultural Banco do Brasil
Em 1901, o número 112 da Rua Álvares Penteado, na esquina da Rua da Quitanda, via florescer a Belle Époque paulistana. Misturando os estilos neoclássico e o art nouveau, a partir de 1927, o prédio abrigou a primeira agência do Banco do Brasil no Estado de São Paulo, após um projeto de reforma do Escriptório Téchnico Hippolyto Gustavo Pujol Jr. Em torno da construção, se instalou a "Wall Street" paulistana, centro das finanças e movimentações dos lucros provenientes do café.

Há cerca de dez anos, surgiu o projeto de reforma e transformação do espaço em centro cultural. Mudanças de governos e trocas de presidente acabaram por atrasar a finalização. Mas, no dia 17 de abril, aconteceu a inauguração oficial, com a presença da atual prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, do vice-prefeito, Hélio Bicudo, do secretário do Estado de Cultura, Marcos Mendonça, e do presidente do Banco do Brasil, Eduardo Augusto de Almeida Guimarães.
Ao público, as portas foram abertas às 20h do dia 21 de abril, com o evento "Metro - A Metrópole em Você", que reúne exposições, mostra de cinema, peças, workshops e shows.
O edifício reúne, ao todo, 4.183 m2 distribuídos por cinco andares.
No subsolo, onde ficava a caixa-forte do banco, agora se transformou em um espaço para exposições e uma galeria. No corredor, em forma de labirinto para que possíveis ladrões não conseguissem se localizar no cofre do banco, foi mantida em exposição uma das paredes originais.
O mezanino, antes reservado ao cadastramento de clientes, virou um bistrô para 40 pessoas. No primeiro andar, fica o auditório com capacidade para 40 pessoas e o cinema para 85 pessoas. Há também uma sala de vídeo, com 21 lugares.
No segundo andar, antigamente área destinada à contabilidade, se tornou palco de exposições e de viagens pela internet em um pequeno cybercafé. No terceiro andar funciona uma bombonière e o teatro, com 130 lugares.
O CCBB está localizado no Centro histórico de São Paulo, na área das Ruas do Triângulo, onde a metrópole então em desenvolvimento lançou seus alicerces. Num passeio a pé, pode-se visitar à direita, o Pátio do Colégio; atrás, o Solar da Marquesa de Santos . E mais: o Mosteiro de São Bento, o Teatro Municipal, a Praça da Sé e o Largo São Francisco.
Curiosidades:
A família do conde da Rua Álvares Penteado ajuda a contar um pouco da história da cidade. Antonio Álvares Leite Penteado era um latifundiário excêntrico. Queria industrializar a fazenda. Logo no começo do século, mandou construir um palacete art nouveau em Higienópolis, com projeto assinado pelo arquiteto Carlos Ekman, e o decorou com estátuas, tapetes, vitrais e mármores europeus. Seu filho Sylvio, amigo de Santos Dumont, deixou a cidade embasbacada ao voar de balão em 1908. O outro filho, Armando, deu nome a uma fundação (a Faap).Também do ramo dos Penteado, Olivia Guedes, nos anos 20, abriu os salões de seu palacete, nos Campos Elíseos, para artistas de vanguarda como Tarsila do Amaral, Blaise Cendrars, Mário e Oswald de Andrade, em meio a paredes cheias de telas de Di Cavalcanti, Lasar Segall, Picasso, Léger, Cézanne.Detalhes espalhados pelo prédio do CCBB apresentam alusões a ramos de café, abacaxis e folhas de fumo, que eram os ícones da aristocracia pré-industrial.Os desenhos da cúpula de cobre são de pétalas de rosas.O lustre central é formado por 17 globos de vidro.
Serviço:
Centro Cultural Banco do Brasil
Horário: de terça a domingo, das 12h às 20h
Rua Álvares Penteado, 112, tel. 3113-3600.
Próximo ao Metrô São Bento e Anhangabaú
Saiba mais sobre a programação no site www.cultura-e.com.br