Vendem-se heróis e vilões

Herculóides, Predador, Meninas Superpoderosas e Darth Vader (entre muitos outros) encontram-se em um cantinho escuro da Galeria Presidente (ao lado da Galeria do Rock). A loja Comics ("histórias em quadrinhos", em inglês) foi inaugurada há sete anos e comercializa ítens relacionados a quadrinhos, cartuns e seriados antigos como camisetas, bonés, quadros, pôsteres, vídeos, CDs, revistas, bonecos, máscaras, chaveiros e outros acessórios. Inspirada nas 'comic stores' dos EUA, ela atrai pessoas de todas as idades, mas "o público fiel, que gosta e consome os produtos sempre, é o adulto de 30 a 45 anos, já estabilizado profissionalmente", afirma Paulo Ferraz, 45, proprietário da loja.
A história toda começou quando Paulo tinha cinco anos. "Meu pai comprava os gibis para mim. Na época, adorava os heróis como Super-Homem, National Kid, Batman e Homem-Aranha, que até hoje eu curto", lembra. "Quando entrei na adolescência, comecei a me interessar por histórias no estilo do Akira (clássico personagem japonês). Desde então, elas são minhas prediletas porque têm um lance místico e trazem mensagens."
Nos anos 60, ele mantinha um espaço em uma galeria da Rua da Consolação para exposições, palestras e eventos na área de comics. "Era um espaço para a galera independente", diz ele, que sempre trabalhava com artes gráficas antes de se dedicar ao comércio desses pequenos prazeres.
Em 1994, a Comics se instalou na Galeria do Rock, mas Paulo resolveu se mudar um ano depois porque "havia muita briga".
Apesar da variedade de produtos e temas, a Comics não tem um estoque vasto. "Com o dólar do jeito que está, fica difícil trazer muita coisa de fora com o risco de não vender tudo. Então trabalhamos muito com encomendas, principalmente de produtos fora de linha."
E o que vende mais? "Todo mundo sempre faz essa pergunta, mas não existe um produto que venda mais. É muito cíclico, depende do que estiver na moda. Hoje, por exemplo, o que tiver de Dragon Ball Z e Pokémon vai embora", explica o comerciante, emendando que sempre há consumidores para os produtos japoneses, novos ou antigos.
Paulo afirma que tem notado o aumento do número de meninas procurando a loja. "Antes o público era exclusivamente masculino. As mulheres vinham comprar presentes para irmãos ou namorados ou acompanhá-los. E ficavam reclamando. Hoje é cada vez maior o número de meninas que vêm porque gostam." Viva as Meninas Superpoderosas!! (02/02/2001)
Serviço
Comics
De segunda a sexta, das 10h às 20h; sábados, das 10h às 16h
Rua 24 de Maio, 116, loja 17, tel. 222.2212
e-mail:comics@bol.com.br