Pascaligundum, pascaligundum, pascaligundum

Toninho - Não, isso era aquele palavreado do Adoniran. Ele chamava aqueles prédios antigos da Rua Aurora e região de 'maloca'. Surgiu daí o samba.
Como está sendo a maratona de tocar em dois eventos, no aniversário de São Paulo? (Eles se apresentam na esquina da Av. Ipiranga com a São João, no dia 24, na Pinacoteca, no dia 25, e no Sesc Pompéia, no dia 26.)
Toninho - É legal. Muita gente não vai ao Centro por causa dessa onda de violência e os shows dos dias 24 e 25 vai levar as pessoas para lá.
E você, vai para o Centro?
Toninho - Claro, tenho um escritório na Barão de Limeira, passo todos os dias por lá. Morava ali também, mas mudei para o Jabaquara por questões de segurança.
O que é o Centro para você?
Toninho - É onde tudo começou, o carro-chefe da cidade que impulsionou o crescimento dos outros bairros. No Centro tem de tudo, qualquer tipo de cozinha que você imaginar, você encontra lá. Por exemplo, tem o Parreirinha (Rua General Jardim, 284, tel. 259-6887 e 259-6838) onde até hoje tem a cadeira cativa do Adoniran. A Inezita Barroso freqüenta o restaurante umas três vezes por semana.
Qual o significado do "samba errado" para vocês hoje? (O samba de cantar com a letra errada, como "nóis fumu, mas num incontremu ninguém".)
Toninho - Não é bem errado, é o palavreado de quem não conheceu o português e quer dar uma de bom. Foi também um jeito de criarmos um estilo próprio e nos identificarmos com São Paulo, cantando "italianado". Afinal, na cidade tem mais italiano do que outra coisa!
O melhor show que vocês fizeram até hoje.
Toninho - Foi no Vale do Anhangabaú, um show grande para umas 200 mil pessoas. Teve Gal Costa, Caetano e outros.
Toninho - A vontade de ter agradado todo mundo, de fazer a nossa terra feliz. Temos muito o que agradecer a São Paulo, que nos acolheu tão bem e nos deu tanto carinho em todos esses anos de estrada.
O símbolo de São Paulo.
Toninho - Para mim é a Avenida Paulista, um local alto, privilegiado, onde estão concentrados os bancos, o comércio...
Um presente para a cidade.
Toninho - Que fosse mais limpa, mais cuidada. Antigamente a prefeitura lavava as ruas todas as noites, você mal via papel no chão. A cidade tão bonita, limpinha. Se bem que haja água para lavar São Paulo inteira toda noite!