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Para reviver um pouquinho do Centro visto pelos seus personagens.

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Warmdaddy provou a "comida da alma"

"Warmdaddy" ou "Papai Quente" (em uma tradução grotesca, só para o leitor ter idéia do que se trata). O apelido de Wess Anderson, saxofonista da Lincoln Center Jazz Orchestra (LCJO), é justificado por sua simpatia. Ele ri e sacode os ombros explicando que não há nenhuma conotação sexual no apelido.

O músico esteve no Municipal nos dias 22, 23 e 24 de novembro últimos para apresentações da LCJO com o trompetista Wynton Marsalis (aquele que fez a trilha sonora dos desenhos do Snoopy!) e a Orquestra Experimental de Repertório, regida pelo maestro Jamil Maluf. O concerto baseou-se em "O Quebra Nozes" e as duas orquestras se revesavam na execução das peças escolhidas, cada uma tocando ao seu estilo. Ambas empolgaram muito o público. "Já vim ao Brasil outras vezes, sempre a trabalho", conta Wess. "Estive em São Paulo, no Rio e na Bahia. A Bahia é fantástica! Aquele clima incrivelmente leve, as pessoas muito acolhedoras e alegres", declara com empolgação. Wess é filho de um baterista de jazz de New Orleans (EUA), cidade considerada o celeiro do estilo, e começou a tocar piano aos 12 anos. Dois anos depois passou para o sax e o clarinete e acabou transformando os instrumentos em seu meio de vida. Hoje, com 34, ele pratica de uma hora e meia a duas horas por dia e mesmo assim, nem todos os dias. "Depois de um determinado tempo de prática, o instrumento se transforma em uma parte de você, como seu braço. Você sabe exatamente o que fazer para melhorá-lo." Além de tocar e fazer amigos, Wess Anderson é fã de gastronomia. Com a equipe do Sampacentro comeu pastel de catupiry (não conhecia essa variação do queijo), e provou comida mineira. É vegetariano, mas não se importou de tirar o toucinho do meio do feijão tropeiro para saborear a iguaria. "Hmmmm...! Isso é o que chamamos de "soul food" (comida da alma)." Quando anda pelas ruas, o saxofonista pára o que está fazendo para prestar atenção a cada som diferente que ouve. Tenta marcar o que está ouvindo com os pés, estalando os dedos e emitindo coisas como "pa-pa-ri-di-ri-di-ra". É estranho, mas quem convive com músicos sabe que isso é normal. Não conhecia o chorinho. "Essa música é o máximo! Ouça (pausa). Um instrumento 'fala' e o outro 'responde'. Incrível!" Quem quiser conhecer um pouco mais de Wess "Warmdaddy" Anderson pode conferir seus três trabalhos solos - "Warmdaddy in the Garden of Swing" (1994), "The Ways of Warmdaddy" (1996) e "Live at the Village Vanguard" (1998), além do trabalho com a LCJO. (16/12/2000) www.jazzatlincolncenter.org - Site da Lincoln Center Jazz Orchestra

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