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Para reviver um pouquinho do Centro visto pelos seus personagens.

06/12/2025 25.35 ºC, São Paulo

Janoca, o jardineiro

Quem passa apressado pelo Viaduto do Chá talvez nunca tenha reparado no chumaço verde que sai do décimo quarto andar do Edifício Banespa da Praça do Patriarca. No alto de seus 65 metros, cerca de 600 espécies de plantas convivem harmoniosamente em um espaço de 2.600 metros quadrados. O responsável pelos cuidados com elas é o jardineiro Janoca de Lima, de 52 anos. Muitas das plantas, principalmente as palmeiras - que medem cerca de 20 metros cada - estão no jardim há 30 anos. Funcionário de lá há 13, seu Janoca gasta em média três horas por dia só para fazer a rega. "Dá trabalho, mas não quero outro lugar", diz. "Aqui, me sinto mais perto do céu." Plantadas em uma superfície de terra com apenas 40 centímetros de espessura, as plantas passam por podas mensais para que não atrapalhem o passeio dos visitantes nem o vôo dos helicópteros - há um heliponto no topo do Edifício. Uma vez por ano, as pedras antigas que formam o piso são retiradas - para que as raízes não impeçam o sistema de drenagem - e depois são recolocadas. "As raízes vão se trançando", comenta, "é coisa da natureza". Além da companhia de espécies nativas da Austrália (como a árvore-de-guarda-chuva e o eucalipto), da Ásia (como o jambeiro e a figueira benjamin), dos Estados Unidos (como o pinheiro-elioti) e do Brasil (como cereja do Rio Grande e o alecrim de Campinas), entre outros países, o jardineiro recebe a visita de pássaros como o beija-flor, o bem-te-vi e o sabiá. "Moro em Sorocaba e viajo para São Paulo todos os dias", conta. "A viagem é cansativa, mas a paz e a tranqüilidade daqui são gratificantes." Infelizmente, o Jardim do Banespa Praça do Patriarca fechou suas portas para visitação. O prédio, que está vazio, aguarda negociação e provavelmente abrigará o gabinete da prefeitura -- mas ainda não há data prevista. (06/12/2000)

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