Pra trabalhar, relaxar e estudar

Sufocante, tumultuado, sujo, desgastante, perigoso... Assim o bancário Cícero, de 37 anos, classifica o Centro, lugar onde trabalha há 15 anos e estuda há três. "Passo quase o dia inteiro aqui e tenho muitas críticas pra fazer, mas uma coisa é certa: apesar de tudo, eu me divirto muito."

Mesmo com os problemas, Cícero já presenciou cenas hilárias. "A semana passada mesmo, fui pegar o metrô aqui no Anhangabaú e vi uma coisa inacreditável: um sujeito viu o metrô se aproximando e fez sinal para ele parar", disse, rindo. "O pessoal que estava na plataforma caiu na gargalhada e eu fui rindo até chegar em casa." Cícero tem pouco tempo livre no Centro. "Tenho uma vida bem corrida, trabalho o dia todo e só posso dar uma voltinha na minha hora de almoço, porque, quando saio do serviço, já vou correndo pra aula." O bancário cursa administração de empresas na Faculdade Tibiriçá, que fica no Colégio São Bento. O parque do Vale do Anhangabaú é o local preferido de Cícero para espairar um pouco e esquecer o estresse do trabalho. "No 'break' eu venho com o pessoal do trabalho no parque, porque é pertinho do banco e tem espaço para dar uma andada." Algumas vezes por ano --umas três-- ele também costuma freqüentar o Teatro Municipal, mas não consegue se lembrar do nome do espetaculo que viu: Era de música clássica. A eleição de um novo prefeito traz esperança para o bancário que costuma considerar o Centro como sua casa, já que fica quase o dia todo na área. "Acho que uma nova administração vai fazer bem pro Centro da cidade; ele está precisando muito de policiais treinados para termos mais segurança."