Viagem no tempo

Meio escondido debaixo do Viaduto do Chá, o Museu do Teatro Municipal pode passar despercebido por muita gente. “Sabia que tinha o Museu porque tenho andado constantemente pelo Centro e um dia percebi ele aqui. Queria entrar, mas não dava tempo”, conta Elton Fredson da Silva, morador de Diadema. Há quatro meses desempregados, ele e a amiga Andréa Jurema Vigão conseguiram um “intervalinho” em mais um dia de buscas por emprego e resolveram visitar o espaço. “Sempre tive curiosidade de entrar, mas não sabia muito o que tinha aqui dentro. Esperava ver uns figurinos de peças”, diz ele, antes de perceber a exposição das peças de roupa usadas em óperas.

A curiosidade, a necessidade de fazer pesquisas e outros motivos, levam cerca de 800 a mil visitantes e outros tantos 40 pesquisadores a visitarem o Museu mensalmente. A época de férias escolares não segue essas médias, o Museu fica bem pouco movimentado. Além de Elton e Andréa já fazerem parte desses números, eles pretendem contribuir ainda mais. “A primeira coisa que pensei quando entramos foi trazer minha mãe aqui, outro dia”, diz Andréa. Dentro do museu ela se sente mais segura. “O Centro me dá um pouco de medo”, revela. Mas suas vindas ao Centro têm sido inevitáveis até que consigam um emprego. Elton, que está na mesma situação, também acha a região perigosa “só que, pelo menos, já está um pouquinho melhor que antes”.