Flash news

Para reviver um pouquinho do Centro visto pelos seus personagens.

06/12/2025 26.28 ºC, São Paulo

Esperança no Pátio

Com um misto de indignação e otimismo, o diretor de desenvolvimento do Pátio do Colégio, padre César Augusto dos Santos, relata a importância do lugar e as dificuldades em preservá-lo. "Para uma cidade que se preza, e acredito ser esse o caso de São Paulo, deveria ser dada mais atenção ao Pátio." Afinal, são poucas as cidades do mundo que sabem com tamanha precisão onde nasceram. "E São Paulo sabe que o Pátio do Colégio é seu berço", completa César. O Pátio começou a ser construído após a celebração da primeira missa de São Paulo de Piratininga, em 25 de janeiro de 1554. Quando ficou pronto, em 1º de novembro do ano seguinte, era apenas uma casinha medindo 14 passos de comprimento por 10 de largura, mas foi ela que se transformou em casa e colégio dos jesuítas e, mais tarde, em enfermaria, cozinha, refeitório....

Desde então, o Pátio do Colégio foi palco das mais importantes atividades educacionais, religiosas, cívicas e culturais da cidade. Em 1770, por exemplo, o Pátio abrigou a sessão inaugural da Academia Paulista de Letras (antiga Academia dos Felizes) e, em 1882, ele foi reformado e passou a ser o Palácio do Governo. Hoje, porém, a situação do Pátio do Colégio não é tão, digamos, glamourosa. Mantido apenas com a verba do visitante (ingressos custam R$1 e R$2) e ajuda da Companhia de Jesus, representada pela Sociedade Brasileira de Educação, o Pátio enfrenta dificuldades em, entre outras coisas, avaliar e preservar as obras expostas no Museu do Padre Anchieta, manter a segurança do local e organizar a biblioteca. "Culpo as autoridades. O berço de São Paulo à noite é uma baderna", reclama César. "O problema maior nem são os meninos que vêm cheirar cola aqui, é a distribuição mal organizada de comida em frente à praça. Eles jogam tudo no chão, destroem os jardins e a única coisa que o governo faz é pagar um vigilante durante o dia..." Segundo César, a insegurança do local durante a noite é tanta que, quando há eventos no Pátio nesse horário, é preciso contratar vigilantes particulares para escoltar os artistas até o metrô. "Estamos batalhando por uma guarita aqui, seria o ideal, mas é muito complicado, já me disseram até que para cuidar do problema dos mendigos, deveríamos chamar a igreja, porque é ela que cuida da parte social." Mas César encontra nos números, crescentes, de visitação do Pátio do Colégio força para acreditar na sua valorização. "Recebemos uma média de 5 ônibus escolares, 40 visitantes brasileiros e 10 estrangeiros por dia". Além disso, os cursos e eventos no Colégio são freqüentes. Atualmente, um curso de Tupi está sendo ministrado e peças de teatro e apresentações de música clássica acontecem com freqüência.

Tags Trending TrendingTrendingTrendingTrending