Sabores, aromas, cores
Segurando um saquinho de chá de maçã com canela – o seu preferido – enquanto ele se dissolvia na água fervente de um copinho de vidro da Cafeteria da rua F, Nélio diverte-se no Mercado Municipal. Conversando com os que estão ao seu redor, os simpáticos olhos azuis atentos aos passantes, ele parece estar pela primeira vez no lugar em que trabalha há 14 anos.

Quem primeiro comprou a banca “Irmãos Borges”, repleta de bacalhaus, azeitonas e outros artigos do gênero, foi o avô de Nélio, nos anos 50. Em seguida, na década de 70, vieram seus tios e, mais tarde, em 86, Nélio deixou a feira em que trabalhava na Moóca (na zona leste de SP) para instalar-se de vez no Mercadão, que até então o comerciante só ia para visitar. Esse hábito foi trazido de sua infância.
Nesse ambiente, é possível encontrar vendedores com blocos de notas e canetas em punho para somar as compras dos fregueses, o que acaba nos remetendo aos nostálgicos anos 30 – mais precisamente, a 1933, ano da inauguração do Mercado Municipal Paulistano. Construído durante o governo de Ramos de Azevedo –responsável também pelo Teatro Municipal - teve a função especial de atrair os comerciantes para a região.