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Para reviver um pouquinho do Centro visto pelos seus personagens.

06/12/2025 26.28 ºC, São Paulo

Jazz com mortadela

Uma festa de cores e aromas. Não só para os compradores mais desavisados, o Mercadão reserva surpresas das mais saborosas também para aqueles que entendem do assunto.

Estudantes de gastronomia, René Aduan Júnior e Daniel Lameirão vão ao Mercado Municipal sempre que podem para comprar carne de cordeiro, “porque aqui tem a melhor de São Paulo”, dizem. Debruçados sobre o balcão improvisado com caixas de refrigerante do boteco Paraíso Lanches (rua E – 14), os dois degustavam enormes sanduíches de mortadela – vendidos a 2 reais e 50 centavos cada um – acompanhados da tradicional média (café com leite num copinho tipo americano). “Aqui no Mercadão, a mortadela é vendida em temperatura ambiente, ideal para que a textura não se altere”, conta Daniel, divertindo-se com a explicação da composição do produto: “Isso aqui é feito com 30% de testículo bovino, 60% de carne de boi e o resto de essência de sofá.” Retificando: os dois explicam que a essência utilizada em embutidos é tão eficaz que, se colocada em um sofá, é até possível que o comam... Brincadeiras (ou não?) à parte, os dois cariocas dizem que o lugar os remete à infância. “Esse chão, esses aromas, tudo compõe um cenário harmonioso”, diz René. Daniel vai mais longe: “É o que São Paulo tem de mais próximo da malandragem carioca”, repara. “Não aquela malandragem de passar os outros para trás, mas aquele clima de antigamente, de as pessoas se encontrarem pra bater papo. Fui cativado pelo local”, diz. O estudante está há um mês em São Paulo e garante que não sai mais do Mercadão. Músicos e amantes de jazz, Daniel e René concordam: “Jazz sem boa comida não existe.”

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