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Para reviver um pouquinho do Centro visto pelos seus personagens.

06/12/2025 25.35 ºC, São Paulo

It’s only rock’n’roll, but I like it!

Com uma coleção de 9,5 mil CDs e seis mil discos de vinil, Régis Tadeu, 40 anos, é mais do que um apaixonado por música. Ele mesmo se considera "um viciado". Álbuns de rock e pop ocupam a maior parte de suas estantes, onde também há espaço para jazz, MPB, trilhas sonoras e música renascentista.

Esse invejável arsenal sonoro é praticamente intocado por outras pessoas. "Detesto emprestar discos. Dá para contar nos dedos de uma mão as pessoas para quem empresto", diz. Uma dessas pessoas é Charles Gavin, baterista dos Titãs, que Régis considera um irmão. "Ele também é colecionador e não gosta de emprestar. Então, a gente se entende e confia um no outro." Seu lugar preferido para fazer "a feira" é a Galeria do Rock, local que freqüenta há cerca de 20 anos. Lá, ele pode encontrar desde clássicos absolutos, como Led Zeppelin e AC/DC, até obscuras bandas de death metal da Escandinávia, improváveis de serem achadas em lojas convencionais. A Galeria fica em um prédio na Rua 24 de Maio, no Centro de São Paulo, que foi inaugurado em 1963 para abrigar o Shopping Center Grandes Galerias, um conjunto de lojas de variados produtos. Lá pelos anos 70, o edifício passou a ser tomado por estabelecimentos focados em serigrafia e discos – principalmente de rock. Hoje, encontram-se cerca de 190 pontos especializados em CDs, vídeos e discos de artistas das mais diversas vertentes do rock, serigrafia, piercings e tatuagens, instrumentos musicais, roupas estilizadas, além de alguns fã-clubes. Como muitas pessoas de sua geração, seu passaporte para o mundo da música – especialmente do rock – foram os discos dos Beatles de seu pai. "Quando comecei a curtir, me interessei em adquirir os álbuns. Guardava o dinheiro que minha mãe me dava para tomar lanche na escola e gastava em discos." O primeiro foi o "Alive" da banda inglesa Slade, seguido pelo "Burn" do Deep Purple. "Uma coisa que a gente fazia bastante naquela época e que se perdeu era ir à casa dos amigos só para ouvir os discos. Sinto falta disso na geração de hoje", declara. Hoje em dia, além de trabalhar como dentista, Régis é editor da revista Cover Guitarra. A segunda ocupação surgiu justamente por causa de seu "vício". Há cerca de seis anos, a revista era quase exclusivamente composta por exercícios para guitarristas. Os diretores da editora queriam complementar o conteúdo da publicação com críticas de discos e Régis foi indicado para fazê-las. "Comecei a também escrever matérias, fazer entrevistas e não parei mais." Além da música, Régis tem outra paixão: mate com leite. Tanto que toda vez que vai à Galeria, faz uma pausa no Rei do Mate da Avenida São João. "Vir aqui e não tomar um antes e um depois não dá."

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