Para reviver um pouquinho do Centro visto pelos seus personagens.
06/12/202525.35 ºC, São Paulo
De madrugada a madrugada
Deus ajuda quem cedo madruga. Seguindo o ditado popular, há 20 anos, Adelino Pereira dos Santos acorda às 4h da manhã para abrir seu comércio às 6h em ponto.
Com um ar de importadora, o forte do Café Florestta está no nome. É o cafezinho, encorpado, cheiroso e tirado na hora que faz a alegria dos clientes. Claro que não tem só isso. Há também salgados, sucos, chocolates e doces. "Mas o que sai mais mesmo é o café. Tem gente que chega a vir aqui quatro vezes por dia, todos os dias", conta.
Tanto é assim que "Seu" Adelino, como é carinhosamente chamado, já conhece o hábito de muitos fregueses. "Oi, Seu Fulano, hoje vai um capuccino? E para a senhora, Dona Beltrana, o que temos para hoje? Vai meio quilo de pó de café? É do bom, vem direto de Santos..."
Adelino divide a casa –-e a simpatia-— com seu irmão mais velho, José. "Eu fico das 6h até as 16h, e ele pega das 16h até meia-noite ou 1h da manhã", diz Adelino. "A gente trabalha muito, mas fazer o quê, minha filha, tem que sobreviver, né?!", completa.
Apesar do ceticismo, a dupla não trocaria o Centro de São Paulo por nada. "Pra que que eu vou mudar se meus sonhos estão todos aqui?"