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Para reviver um pouquinho do Centro visto pelos seus personagens.

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Solar da Marquesa

O Solar da Marquesa é o único remanescente da arquitetura urbana em taipa de pilão da capital paulista. Por apresentar características arquitetônicas semelhantes às do século XVIII, supõe-se que o sobrado tenha sido construído na última metade daquele século. Da rua se avistava da várzea do Carmo, hoje Parque Dom Pedro 2º, até a serra da Cantareira, daí seu nome de origem que permanece, embora não seja possível vislumbrar mais a vista. Em 1834, o solar foi adquirido pela senhora D. Maria Domitília de Castro Canto e Mello, a Marquesa de Santos. Na época, foi considerado como uma das residências mais aristocráticas de São Paulo, chegando a ser chamado de Palacete do Carmo. No entanto, o último exemplar de arquitetura residencial urbana do século XVIII passou por inúmeras mudanças de uso e diversas reformas, aumentando o seu tamanho original. Presume-se que o estilo neoclássico date da segunda metade do século XIX e que os anexos tenham sido construídos durante as décadas de 30 e 40 deste século. Em 1975, o solar passa a sediar a Secretaria Municipal de Cultura. Nove anos depois, por motivos de segurança, o sobrado foi submetido a inúmeras restaurações, que envolveram um trabalho especializado de prospecção arqueológica, consolidação e restauração das paredes de taipa, pinturas, murais, portas, janelas, pisos, forros, fachadas, cobertura e iluminação.

Curiosidades:

  • A Marquesa de Santos foi considerada a mulher mais poderosa do Primeiro Reinado. Nascida no dia 27 de dezembro de 1797, Domitília de Castro do Canto e Mello casou-se duas vezes, foi amante de D. Pedro I e, por isso, foi chamada de grande libertina. Mas as diversas versões contadas de sua história nem sempre se espelham fielmente aos fatos reais.
  • Aos 16 anos, Domitília casa-se com o alferes Felício Pinto Coelho de Mendonça. Do primeiro casamento nascem duas crianças, Francisca e Felício. Mas a união tem duração curta, já que três anos depois, em 1819, separa-se do militar.
  • Em 1822, Domitília e D. Pedro I apaixonam-se e decidem morar juntos na corte do Rio de Janeiro. Lá, a marquesa viveu por sete anos como a mulher mais poderosa do Primeiro Reinado. Da união com o imperador, nasceram Isabel Maria (Duquesa de Goyas), Maria Isabel (Condessa de Iguassú) e um menino chamado Pedro, nascido pouco antes do futuro imperador D. Pedro II. Porém o garoto Pedro faleceu antes de completar um ano.
  • Na corte, Domitília recebe o título de Marquesa de Santos, rompendo com D. Pedro I em 1829. Em seguida, a marquesa é expulsa da corte.
  • Depois de adquirir o Solar em São Paulo (1834), a Marquesa de Santos casa-se com Tobias de Aguiar, que por duas vezes, foi presidente da província. Foi seu marido por quase 30 anos e com ele teve quatro filhos.
  • A Marquesa de Santos faleceu aos 70 anos, uma idade avançada para a média da época. Em seu testamento foram nomeados muitos de seus escravos. Foi enterrada no Cemitério da Consolação.
  • Na Rua Boa Vista também funcionou o Teatro Santana, que foi palco dos mais importantes espetáculos de São Paulo durante o século 20.
    Serviço:
    Solar da Marquesa
    Rua Roberto Simonsen, 136 , tel. 3106-2218
    Horário: de terça a domingo, das 9h às 17h
    Entrada franca
    Próximo ao Metrô Sé
    Site: www.prodam.sp.gov.br/dph/museus/solar.htm

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